Com a descoberta de pesquisadores cearenses e paulistas sobre
a transmissão do vírus da zika por saguis, o gerente da Vigilância Ambiental e
Riscos Ambientais da Secretaria da Saúde de Fortaleza (SMS), Nélio Moraes,
afirma que "se já era um risco, uma temeridade e ilegalidade possuir um
sagui em casa, agora se torna um perigo ainda maior". Segundo o
profissional, o soim já era uma preocupação antiga devido à transmissão de
raiva.
O Ceará teve o primeiro caso de transmissão de raiva por
primata em humanos do País. A pesquisadora Silvana Favoretto foi a profissional
que detectou há 20 anos o vírus da raiva e, recentemente, descobriu o vírus
zika nos animais.
Para se ter dimensão do perigo, o Ceará foi o único Estado do
Brasil que apresentou casos de raiva em primatas não humanos em 2015, três, ao
todo, segundo o Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis (DEVIT)
do Ministério da Saúde. Conforme a Célula de Vigilância de Fortaleza, nos
últimos anos no Estado, foram registrados casos de raivas em saguis. Não em
Fortaleza, mas na Região Metropolitana e na Serra de Ibiapaba, Maciço de
Baturité e Cariri.
Áreas verdes
Na Capital, segundo Nélio, muitas famílias que moram próximo
a áreas verdes têm o hábito de alimentar animais da redondeza. Fortaleza
conseguiu uma grande conquista sanitária em 2013 de eliminar a raiva urbana
transmitida por cães e gatos.
O gerente da Célula, ressalta que agora existe mais um fator
de segurança para os agentes de endemias se atentarem durante as visitas.
"Os agentes agora devem informar à Célula de Vigilância Sanitária que, em
seguida, comunicam ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e
secretarias do Meio Ambiente. Eles têm responsabilidade direta sobre esse
processo de adoção e captura de animais silvestres em espaços urbanos",
conclui.
De acordo com o Batalhão de Polícia Ambiental, a maioria de
apreensões no Ceará são de pássaros e répteis. Cerca de 1.015 animais
silvestres foram apreendidos de janeiro a 17 de abril de 2016, só em Fortaleza.
A cidade de Sobral, com 1.991, e Juazeiro do Norte, com 475, são outros polos
de captura de animais.
De acordo com o Batalhão, o número de macacos apreendidos são
pequenos. Conforme o tenente-coronel Fernando, responsável pelo Batalhão,
geralmente a prisão ocorro devido ao transporte e tráfico de animais
silvestres. "Na grande maioria dos casos é feito Termo Circunstanciado de
Ocorrência (TCO). O flagrante é realizado se houve indícios de maus tratos. A
partir do flagrante é expedida a ida do animal ao Centro de Triagem de Animais
Silvestres (Ceta).
FIQUE POR DENTRO
7 macacos continham o vírus
Durante um estudo realizado no Estado, pesquisadores
paulistas e cearenses detectaram o vírus zika em sete macacos de diferentes
espécies no Ceará, conforme divulgou o Diário do Nordeste na edição do dia 23
de abril.
Conforme a pesquisa, o material coletado, após ter sido
armazenado por profissionais do Núcleo de Controle de Vetores do Ceará (Nuvet),
em Fortaleza, seguiu para análise de especialistas do Instituto Pasteur de São
Paulo e da Universidade de São Paulo (USP). Os animais foram capturados em
Tabuleiro do Norte e Quixeré, na região de Saúde de Limoeiro do Norte, São
Benedito e Guaraciaba do Norte, na região de Tianguá, de acordo com informações
presentes no resumo do trabalho e veiculado no portal cientí co Biorxv. Embora
admitam que não há necessidade de alarde em relação à descoberta, a Secretaria
da Saúde destaca preocupação com a possibilidade de transmissão para humanos, o
que ainda não é comprovado.
Fonte: Diário do Nordeste
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