O Ceará já tem 915 casos de febre chikungunya
confirmados em 2016, de acordo com Boletim Epidemiológico divulgado nesta
sexta-feira (20) pela secretaria de Saúde do Estado (Sesa). Dos 3.930 casos
suspeitos notificados no período, 416 (10,6%) casos foram descartados e 2.599
(66,1%) seguem em investigação. Assim como a dengue, vírus da zika, febre
amarela e síndrome de Guillain Barré, a febre
Chikungunya é transmitida pelo vírus Aedes aegypti.
O boletim mostra que a maioria dos casos
confirmados ocorreu em adultos, predominantemente na faixa etária de 51 a 60
anos. A doença foi identificada em 120 dos 184 municípios cearenses. Desses, os
que notificaram ou enviaram amostras ao Laboratório Central de Saúde Pública
(Lacen), 44 (36,7%) tiveram a confirmação de casos de febre de chikungunya.
Destacam-se os municípios de Assaré, Campos Sales e Capistrano com maior
incidência de casos confirmados, acima de 300 casos por 100.000 habitantes.
A ocorrência de casos da febre chikungunya de
forma autóctone no Ceará deu-se em novembro do ano de 2015, com a confirmação de um caso residente no município
de São Gonçalo do Amarante. O segundo caso autóctone ocorreu em Fortaleza, no
mês de dezembro de 2015, este associado ao contato com caso confirmado
laboratorialmente importado do estado do Pernambuco.
A infecção pelo vírus chikungunya provoca
sintomas parecidos com os da dengue, porém mais dolorosos. No idioma africano
makonde, o nome chikungunya significa "aqueles que se dobram", em
referência à postura que os pacientes adotam diante das penosas dores
articulares que a doença causa.
Em compensação, comparado com a dengue, o
novo vírus mata com menos frequência. Em idosos, quando a infecção é associada
a outros problemas de saúde, ela pode até contribuir como causa de morte, porém
complicações sérias são raras, de acordo com a Organização Mundial da Saúde
(OMS).
Por ser transmitido pelo mesmo vetor da
dengue, o mosquito Aedes aegypti, e também pelo mosquito Aedes albopictus, a
infecção pelo chikungunya segue os mesmos padrões sazonais da dengue. O risco
aumenta em épocas de calor e chuva, mais propícias à reprodução dos insetos.
Eles também picam principalmente durante o dia.
Diferentemente da dengue, que tem quatro
subtipos, o chikungunya é único. Uma vez que a pessoa é infectada e se
recupera, ela se torna imune à doença. Quem já pegou dengue não está nem menos
nem mais vulnerável ao chikungunya: apesar dos sintomas parecidos e da forma de
transmissão similar, tratam-se de vírus diferentes.
Sintomas
Entre quatro e oito dias após a picada do
mosquito infectado, o paciente apresenta febre repentina acompanhada de dores
nas articulações. Outros sintomas, como dor de cabeça, dor muscular, náusea e
manchas avermelhadas na pele, fazem com que o quadro seja parecido com o da
dengue. A principal diferença são as intensas dores articulares.
Em média, os sintomas duram entre 10 e 15
dias, desaparecendo em seguida. Em alguns casos, porém, as dores articulares
podem permanecer por meses e até anos. De acordo com a OMS, complicações graves
são incomuns. Em casos mais raros, há relatos de complicações cardíacas e
neurológicas, principalmente em pacientes idosos. Com frequência, os sintomas
são tão brandos que a infecção não chega a ser identificada, ou é erroneamente
diagnosticada como dengue.
Não há um tratamento capaz de curar a
infecção, nem vacinas voltadas para preveni-la. O tratamento é paliativo, com
uso de antipiréticos e analgésicos para aliviar os sintomas. Se as dores
articulares permanecerem por muito tempo e forem dolorosas demais, uma opção
terapêutica é o uso de corticoides.
G1 CEARÁ
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