Termina amanhã mais uma quadra chuvosa abaixo
da média para o Ceará. Os meses de fevereiro a maio tiveram precipitações 57%
abaixo da média até a última sexta-feira, 27. É o quinto ano consecutivo de
seca no Estado. Com a chegada de junho, começa o período de sete meses com as
menores médias de chuva. É tempo também de definição sobre o abastecimento da
Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).
Com o volume do Castanhão em 9,2%, o uso do
açude Orós como reserva para a RMF será discutido na quinta-feira, 2, em
Quixadá (Sertão Central). O reservatório é o segundo maior do Ceará e está com
35% da capacidade. O volume acumulado nos 153 reservatórios monitorados do
Estado é de 12,9%. A proposta de reabastecer o Castanhão com o Orós será levada
para avaliação dos diversos usuários de água.
Quanto ao consumo na RMF, a tendência é manter
a meta de economia de 10% ao mês, diz João Lúcio Farias, presidente da
Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh). Aplicada desde o dia 19 de
dezembro, a tarifa de contingência proposta pela Companhia de Água e Esgoto do
Ceará (Cagece) ainda não chegou à meta estipulada.
Em abril, os clientes da RMF reduziram apenas
em 5,2% o consumo. Fevereiro e março foram outros dois meses com reduções, de
5,3% e 3,8%, respectivamente. “Apesar de não alcançar os 10% pretendidos,
tivemos uma redução expressiva. Cerca de 11 mil clientes deixaram de pagar a
sobretaxa (de 120% na tarifa) no último mês”, comenta o superintendente
comercial da Cagece, Agostinho Moreira.
Uma nova campanha de conscientização do uso
da água deve ser lançada pelo Governo, diz o secretário dos Recursos Hídricos,
Francisco Teixeira.
Alternativas
Para suportar até o próximo ano sem
racionamento, a RMF contará com ações complementares. A barragem do
Maranguapinho será usada para ajudar as cidades de Maranguape e Pacatuba. No
Pecém, em São Gonçalo do Amarante, cerca de 50 poços serão perfurados para
aproveitar o efeito das chuvas no litoral.
A gestão é estratégica entre os açudes do
Sistema Metropolitano, que auxiliam o Castanhão no envio de água para a região,
especifica Teixeira. No açude Pacajus, por exemplo, a economia já aplicada é de
300 litros por segundo, deixando de atender Cascavel e Beberibe. Enquanto a
primeira cidade passou a ser servida pelo açude Malcozinhado, a segunda está se
valendo de poços e lagoas até precisar do mesmo reservatório.
Fonte: O POVO
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