A Polícia Civil desarticulou uma quadrilha que estava
planejando resgatar dois detentos da Penitenciária Francisco Hélio Viana de
Araújo, em Pacatuba, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). A ação dos
policiais do 30º DP aconteceu na madrugada de ontem, dia em que os bandidos
haviam escolhido para empreender a fuga.
Sete pessoas foram presas em flagrante na operação, em três
municípios diferentes. Em Pacatuba, a 800 metros do Presídio, a Polícia
encontrou a casa que serviria de alojamento para os fugitivos e deu voz de
prisão a Iranildo Gurgel Coelho, 44, Ismário Vanderson da Silva, 27, e Lídia da
Silva, 18, que já tinham preparado um caminho entre a unidade prisional e o
esconderijo.
Em Maracanaú, Jéssica Maria Matias de Castro, 23, esposa de
um dos dois homens que estão detidos em Pacatuba, também foi presa. A casa em
que ela morava servia de depósito para o "arsenal bastante poderoso"
da quadrilha, como definiu o delegado do 30º DP, Márcio Gutierrez. Foram
apreendidos um fuzil 5.56, uma carabina Ponto 40, uma submetralhadora calibre
9mm, três escopetas e munições diversas. Dentre as armas apreendidas, a que
mais chamou a atenção da Polícia foi o fuzil, considerado uma "arma de
guerra", utilizada para assaltos a bancos e que pode custar até 50 mil
reais.
Veículos
Já em Fortaleza, foram presos Ivon Rayner Moreira, 20, o
paraense Paulo Leandro Oliveira, 40, e Elaine Maria Frazão, 21, que receptavam
veículos roubados para vender. O dinheiro adquirido nas negociações foi a
principal renda do grupo para comprar os armamentos que seriam utilizados na
fuga dos bandidos do Presídio de Pacatuba.
Com eles, a Polícia apreendeu três carros roubados: uma
Toyota Hilux, um Chevrolet Onix e um Peugeot 308. Foi a clonagem dos carros
roubados que fez a Polícia chegar ao bando e descobrir que eles estavam
colocando em prática um plano de fuga que era comandado de dentro da
penitenciária pelos dois detentos, que não tiveram os nomes revelados para não
atrapalhar as apurações. De acordo com a Secretaria de Justiça e Cidadania
(Sejus), os dois foram transferidos.
"Essa investigação começou para apurar roubo e clonagem
de veículos na Capital. E nós descobrimos que tinha uma quadrilha que estava
receptando veículos roubados e mandando para fazer a remarcação do chassi.
Depois, pegava o veículo e recolocava no mercado. Geralmente, eles vendiam para
gente que sabia que aqueles carros eram roubados", afirmou Gutierrez.
A prisão do bando significou a recaptura de Iranildo Gurgel,
foragido do Instituto Penal Paulo Sarasate (IPPS) há três anos e sentenciado a
57 anos de prisão. Ele é o que tem a maior ficha criminal do grupo, já tendo
respondido diversas vezes por roubo e uma vez por corrupção ativa. Ismário
Vanderson já foi acusado de tráfico de drogas e porte ilegal de armas. O
paraense Paulo Leandro responde a processos por associação criminosa e roubo.
Os outros quatro presos na operação policial não possuem antecedentes
criminais.
O grupo irá responder, agora, por integrar organização
criminosa. Ivon Rayner, Paulo Leandro e Elaine Maria também responderão por
receptação de veículos e adulteração de chassi. E Jéssica Maria Matias, por
porte ilegal de arma de fogo de uso restrito.
O delegado do 30º DP, Márcio Gutierrez, afirmou que a
investigação será ampliada. "Estamos verificando todo o alcance dessa
organização para conseguir responsabilizá-los por todos os crimes praticados.
Estamos também investigando se eles têm participação nos roubos desses veículos
que foram apreendidos. Essa organização criminosa não se limita a esses sete
criminosos que foram presos agora e aos dois que já estavam na Penitenciária de
Pacatuba", completou delegado.
Fonte: Diário do Nordeste
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