Iniciada oficialmente na última segunda-feira (15), a greve
nacional da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras que transporta os
combustíveis para os postos que possuem a bandeira da estatal, tem afetado
vários estabelecimentos do Ceará, que já estão enfrentando sérios problemas com
seus respectivos estoques. De acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de
Derivados de Petróleo do Estado (Sindipostos-CE), cerca de 10 postos da Capital
e Interior já estão totalmente sem combustível.
Conforme o presidente do Sindipostos-CE, Antônio Machado, a
distribuição de combustível no Ceará foi cessada por completo na terça-feira
(16). "Na madrugada, entre às 2h e 8h, alguns postos ainda receberam o
produto, mas logo o fornecimento acabou. Quem não tinha estoque, ficou sem
combustível", conta.
Programada para durar cinco dias, a paralisação dos
funcionários da BR distribuidora está prevista para ter um fim hoje, mas,
segundo Antônio Machado, a situação só deve ser inteiramente normalizada na
próxima segunda-feira (22). "Até hoje (ontem), já são três dias sem
abastecimento. Isso acaba prejudicando, principalmente, as cidades do Interior.
Em alguns municípios, só existe um único posto. Se ele for bandeira BR e
estiver sem combustível, por exemplo, aquele município estará completamente
desabastecido", alerta o presidente do Sindipostos-CE.
Somente a Região Metropolitana de Fortaleza conta com 181
postos com bandeira BR, informa Machado. Com a greve, todos eles estão sendo
afetados de alguma forma. "Alguns ficam sem gasolina, outros sem diesel, e
há até quem fique sem nenhum tipo de combustível", destaca. A rede
Petrobras, diz o presidente, é a que possui mais estabelecimentos em todo o
Ceará.
Prejuízo
Além de prejudicar os consumidores, que correm o risco de não
encontrar combustível para abastecer seus veículos, a greve da BR Distribuidora
prejudica vários donos de postos no Ceará. "A cada três dias sem
combustível, o prejuízo já é da ordem de 10%", informa Antônio Machado.
Segundo ele, o setor já está preocupado com um paralisação em setembro, já
sinalizada pela subsidiária da Petrobras.
"Estamos em constante contato com a Petrobras e ANP
(Agência Nacional do Petróleo) para minimizar as possibilidades de uma nova
paralisação", diz.
Protesto
A greve nacional é um protesto contra a decisão da estatal de
vender parte da subsidiária. No modelo de venda da BR, haverá uma estrutura
societária que envolverá as classes de ações ordinárias e preferenciais, de
forma que a Petrobras permaneça majoritária, mas com participação de 49% no
capital votante. Os funcionários entendem que está havendo uma privatização.
Fonte: Diário do Nordeste
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