Em busca do sonho de se tornarem jogadores de futebol, dois
primos, ambos de 11 anos, se matricularam em uma escolinha. O que as crianças
não sabiam era que o treinador, José Darcy Romoaldo da Silva, de 48 anos,
acabara de sair da prisão, onde permaneceu seis anos cumprindo pena por atentado
ao pudor de sete vítimas.
Conforme a delegada Ivana Timbó, depois que saiu da prisão,
Romualdo fundou uma escolinha de futebol em Fortaleza. Ele usava do meio de
trabalho para ganhar a confiança das crianças, especificamente meninos.
A titular diz que, em depoimento, o suspeito comentou que
optava pelos garotos de 12 a 16, anos, mas as últimas vítimas são crianças.
“Ele falou que a preferência dele é por meninos na faixa de 12 a 16 anos, mas
duas vítimas são de 11 anos. Os abusos aconteciam na casa das próprias
crianças”, relatou Ivana.
Em meio a uma rotina de amizade entre Romoaldo e os alunos, a
delegada Ivana diz que os meninos eram constantemente presenteados pelo
professor. “Todo menino vislumbra um dia ser um Neymar. Eram roupas, sapatos,
vídeo game. Tudo o que as crianças gostavam", relatou.
A titular da Delegacia
de Combate a Exploração Sexual da Criança e do Adolescente (Dececa) diz que, há
três meses, o pai de uma das crianças flagrou o homem abusando do garoto dentro
de casa. A situação fez com que o homem procurasse à Delegacia. O flagrante não
foi possível, mas a delegada afirma que começou uma investigação, que resultou
no mandado de prisão preventiva de Romualdo.
Na manhã desta
segunda-feira, 22, o suspeito foi preso na própria residência, onde mora com a
mãe, de 77 anos e um irmão. A titular da Dececa diz que os familiares
desconfiavam da prática do professor e pediram que ele não levasse as crianças
até a residência da família.
"Ele (preso)
disse que a partir de agora vai procurar a Deus, que vai ser evangélico e no
final de tudo falou que estava bastante arrependido. É complicado acreditar no
arrependimento dele, pois se estivesse arrependido não teria reincidido",
disse Ivana.
A delegada não descarta que existam outras vítimas. O bairro
onde funcionava a escolinha não foi divulgado para não constranger as crianças.
Existem sete inquéritos contra o homem por atentado ao pudor do ano de 2002.
Pais
A delegada alerta os pais a buscarem participar da rotina dos
filhos. Verificar a procedência das
escolinhas de futebol e das demais atividades da criança. A titular da Dececa
alerta que a criança, quando sofre algum tipo de violência sexual, muda de
comportamento.
"Insegurança, insônia e baixo rendimento escolar
aparecem com presentes. Se o filho ou filha chega com presentes que não foram
dados pela família, procure saber onde ele conseguiu", aconselha.
O POVO
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