Após a aprovação do pacote de medidas contra a corrupção na
comissão especial da Câmara, líderes de praticamente todos os partidos, com
exceção da Rede e do PSOL, vão tentar
derrubar o texto do relator Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e aprovar um projeto
substitutivo no plenário da Casa.
A votação está prevista para ocorrer nesta quinta-feira, 24.
O novo texto deverá incluir as duas medidas que ficaram de fora do pacote
aprovado nesta quarta: a anistia à prática do caixa 2 nas campanhas eleitorais
e a previsão de punir magistrados e integrantes do Ministério Público Federal
por crime de responsabilidade.
“Vamos votar um substitutivo que muda bastante o conteúdo do
texto, muda quase tudo, cerca de 70%”, disse o deputado Vicente Cândido,
vice-líder do PT e próximo ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Segundo o deputado, há um acordo para que o texto siga, “de
imediato”, para ser apreciado no Senado, para, em seguida, ser sancionado pelo
presidente Michel Temer.
Ele, no entanto, negou que a pressa exista por conta da
expectativa da homologação das delações dos executivos da Odebrecht, no âmbito
da Operação Lava Jato.
Para justificar a aprovação de um texto mais favorável à
classe política, deputados alegam que o relator das medidas anticorrupção
descumpriu o acordo com os líderes e votou um texto diferente do que foi
acertado com as bancadas.
Madrugada. O presidente da Câmara deixou a Casa por volta das
duas da manhã dizendo que não conhecia o texto aprovado e que, por isso, não
sabia dizer o que iria acontecer durante a votação do pacote no plenário. “Eu não vi o texto, então não posso dizer o
que vai ser aprovado.”
Maia também negou que haverá uma anistia aos políticos que
praticaram caixa 2 e defendeu a tese de que, como o crime passará a ser
tipificado somente após a aprovação da proposta, não há como punir quem
praticou atos dessa natureza antes.
O pacote das medidas anticorrupção foi aprovado por
unanimidade na comissão. A votação foi concluída somente depois da meia noite.
Por conta do horário, Maia desistiu de votar o texto no plenário na madrugada
desta quinta. A sessão foi suspensa, mas os principais líderes da Casa
continuaram no gabinete da presidência da Casa discutindo que estratégia adotar
diante do texto que foi aprovado no colegiado.
Com informações O Estado de São Paulo
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