Uma pessoa, um gesto, três vidas salvas. Essa equação simples
representa o ato de doar sangue, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
O professor de física Thiago Ferreira Gomes, que doa sangue desde os 18 anos,
entende a importância desse gesto. Ontem (24), véspera do Dia Nacional do
Doador de Sangue, ele enfrentou a chuva forte que atingiu Brasília para salvar
vidas.
“Estou com 25 anos e fiz a primeira doação quando tinha 18.
Já tinha idade para doar e achei que era importante poder ajudar as pessoas,
poder salvar vidas de uma forma indireta”, disse à Agência Brasil.
“Sempre tive vontade de poder fazer algo para as pessoas.
Como não me formei na área da saúde, não tem nada a ver com a minha profissão,
pensei: vou fazer isso [ajudar as pessoas] pela doação de sangue”, acrescentou
Gomes.
Hoje (25), Thiago e todos aqueles que deixam por alguns
instantes de pensar apenas em si para ajudar o próximo têm o dia dedicado
dedicado a eles. Em todo o país, os hemocentros prepararam atividades para
homenagens os doadores. Essa homenagem é um reconhecimento, mas também uma
forma de incentivar mais pessoas a doarem sangue porque os estoques, segundo o
Ministério da Saúde, estão no limite.
No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, 1,8% da população
doa sangue com regularidade. O percentual fica um pouco abaixo do ideal
estimado pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), de 2% da população,
como necessário para suprir as necessidades de sangue e outros componentes
sanguíneos de um país. Em média, os países da América Latina e do Caribe
coletam sangue equivalente a 1,5% de sua população. A Organização Mundial da
Saúde (OMS) recomenda que, pelo menos, 1% da população seja doadora de sangue.
De acordo com o Ministério da Saúde, no ano passado cerca de
1 milhão de pessoas doaram sangue pela primeira vez, o que representa 38% do
total das doações. Mais 1,6 milhão de pessoas, ou 62% do total, retornaram para
doar. Em 2015, foram feitas 3,7 milhões de coletas de bolsa de sangue no país,
resultando em 3,3 milhões de transfusões.
Apesar desses número, os serviços do Sistema Único de Saúde
(SUS) e da Hemorrede Pública Nacional encontram-se com os estoques no limite e
com dificuldade na manutenção dos estoques estratégicos. Por isso, é importante
a conscientização sobre a importância da doação.
Para doar no Brasil é preciso ter idade entre 16 e 69 anos.
Para os menores (entre 16 e 18 anos) é necessário o consentimento dos
responsáveis. Entre 60 e 69 anos, a pessoa só poderá doar se já tiver feito
alguma doação antes dos 60. Também é preciso pesar no mínimo 50 quilos e estar
em bom estado de saúde.
Além disso, o doador tem que estar descansado, não ter
ingerido bebida alcoólica nas 12 horas anteriores à doação, não fumar e não
estar em jejum. No dia da doação, é imprescindível levar documento de
identidade com foto. No Brasil, a doação é voluntária e beneficia qualquer
pessoa, independentemente de parentesco.
De acordo com o Ministério da Saúde, 32 hemocentros coordenam
os 530 serviços de coleta distribuídos por todo o país.
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