O Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário vai deixar
de pagar, entre suspensões e cancelamentos, 1,136 milhão de benefícios do Bolsa
Família em todo o Brasil. Fortaleza é a terceira Cidade mais atingida no País,
com 15.106 beneficiários. Entre os Estados, o Ceará vem em sexto, com 72.519
contas.
O governo alega ter feito um cruzamento de dados e encontrado
irregularidades em alguns benefícios, como, por exemplo, renda superior à
exigida para entrada e permanência no programa. De acordo com a pasta, do total
de benefícios que apresentaram indícios de irregularidades, o Ministério
determinou o cancelamento de 469 mil (3,3%) e o bloqueio de 654 mil (4,7%).
Em todos os casos, foi constatado rendar superior à
permitida. No caso de bloqueios, os usuários têm até três meses para comprovar
que cumprem os requisitos do programa de distribuição de renda e podem voltar a
receber o recurso.
De acordo com o secretário nacional de Renda de Cidadania,
Tiago Falcão, quando o benefício é bloqueado, o pagamento continua sendo feito,
mas o dinheiro não pode ser sacado. “Se for resolvido o problema, as pessoas
sacam de forma retroativa”, informou. Os beneficiários nessa situação devem
procurar as instâncias municipais responsáveis pelo Cadastro Único.
Em meio aos cortes de investimentos na gestão Michel Temer
(PMDB), o ministro do Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra, negou que
haja uma redução dos programas sociais. Segundo ele, o recurso economizado será
aplicado na própria área social. Parte desse dinheiro contribuirá, inclusive,
para o ingresso de novos usuários no Bolsa Família.

Pente-fino
O governo cruzou informações do Cadastro Único para Programas
Sociais, que contêm os inscritos no Bolsa Família, com dados da Relação Anual
de Informações Sociais (Rais), Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
(Caged), Sistema de Controle de Óbitos (Sisobi), Instituto Nacional do Seguro
Social (INSS), Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos (Siape) e
Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ).
Além disso, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Tribunal
de Contas da União (TCU) compararam a base de dados do Bolsa Família com
informações sobre 114 mil doadores de campanha para candidatos às eleições de
2016, o que levou ao bloqueio de 13 mil benefícios. (com Agência Brasil)
Saiba mais
O Bolsa Família é um auxílio voltado para famílias
extremamente pobres (renda per capita mensal de até R$ 85) e pobres (renda per
capita mensal entre R$ 85,01 e R$ 170).
Ao entrarem no programa, as famílias recebem o benefício
mensalmente e, como contrapartida, cumprem compromissos nas áreas de saúde e
educação.
O valor repassado a cada família depende de fatores como o
número de membros, a idade de cada um e a renda declarada no Cadastro Único.
Nos casos em renda per capita mensal dos beneficiários
superava R$ 440, houve cancelamento. Já as famílias com renda mensal per capita
entre R$ 170 e R$ 440 tiveram o benefício bloqueado. E a chamada para
atualização cadastral destina-se aos beneficiários com renda abaixo de R$ 170.
Os municípios com maior número proporcional de cancelamentos
- ou seja, em relação à quantidade de beneficiários - foram Treviso (SC), com
25,93%; Picada Café (RS), com 23%; Vargem Bonita (SC), com 18,89%; Itaipulândia
(PR), com 16,62%; Muçum (RS), com 16,42%; Santa Ernestina (SP), com 16,35%;
Jumirim (SP), com 15,87%; Presidente Lucena (RS), com 15,38%; Cocal do Sul
(SC), com 15,33% e Nova Erechim (SC), com 15,28%.
O governo anunciou que, a partir de agora, o pente-fino nos
benefícios do Bolsa Família ocorrerá todos os meses.
O POVO
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