Após 14 horas de sessão, o Tribunal do Júri de Fortaleza
condenou, ontem, a nove anos de prisão,
além de perda do cargo público, o agente penitenciário Renilson Garcia Araújo,
acusado de ter assassinado com um tiro na cabeça o modelo e esportista Johnny
Moura Melo. O crime ocorreu no ano passado, após uma festa rave em um buffet de
luxo, na Capital.
O julgamento aconteceu no Fórum Clóvis Beviláqua e teve
início ainda na manhã de quarta-feira, terminando no fim da noite, quando o
juiz de Direito, Antônio Carlos Pinheiro Klein Filho, titular da 4ª Vara do
Júri da Capital, anunciou a sentença. O agente penitenciário foi condenado pelo
crime de homicídio privilegiado, isto é, motivado pela violenta emoção e
praticado após injusta provocação da vítima. A tese foi apresentada pelo
advogado de defesa do réu, Delano Cruz.
No entanto, o Conselho de Sentença manteve também uma das
“qualificadoras” (agravantes) contra o agente: o de que ele praticou o
assassinato com surpresa para a vítima, impedindo que o modelo pudesse, ao
menos, se defender. A tese foi apresentada pelo Ministério Público Estadual
(MPE), através do promotor de Justiça Ythalo Frota Loureiro; e pelos
assistentes da acusação, advogados Paulo Quezado e João Marcelo Pedrosa.
Dez testemunhas foram ouvidas em plenário, diante dos sete
jurados, o que fez a sessão se prolongar por todo o dia.
Crime
O assassinato do modelo ocorreu na manhã do dia 27 de
dezembro do ano passado em frente ao buffet “La Maison”, no bairro Dunas, zona
Oeste de Fortaleza. O agente havia brigado com o modelo durante a festa.
Separados pelos seguranças, os dois rapazes voltaram a se encontrar, já do lado
de fora do buffet, quando o evento terminou. O suposto motivo da briga foi
ciúmes, já que o agente teria, supostamente, tentado assediado a namorada de
Johnny.
No momento em que entrou no carro da namorada, o modelo foi
surpreendido e atingido com um tiro de pistola na cabeça. O agente
penitenciário – ainda em estágio probatório – fugiu do local, mas acabou preso
dois dias depois por policiais da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa
(DHPP), na casa dos pais, no bairro Antônio Bezerra (zona Oeste da Capital),
quando se preparava para fugir da cidade. Desde então, ele permanece preso
preventivamente. Agora, poderá recorrer da sentença em liberdade.
Ceará News 7
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