Motivado por informações repassadas pela comunidade, o
Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), através da Promotoria de Justiça
da Comarca de Aratuba, iniciou em julho deste ano investigação que levou ao
pedido de prisão temporária de Claudiana de Sales Gomes, suspeita de matar
envenenados o marido e o sogro e dois de seus quatro filhos, entre os anos de
2010 e 2014. A mulher foi presa na última sexta-feira (25/11) em Canindé, onde
estava morando.
Das quatro pretensas vítimas, apenas a última, filha da
suspeita, teve o corpo examinado na Perícia Forense do Estado do Ceará
(Pefoce). O laudo apontou que a menina, que tinha dois anos de idade na época,
morreu devido a envenenamento por rodenticida, popularmente conhecido como
chumbinho. Os corpos das outras três pessoas, entre elas outro filho da
suspeita que também tinha dois anos de idade quando faleceu, em 2011, foram
encaminhados para o Sistema de Verificação de Óbito (SVO) e por isso não foram
periciados.
A Promotoria de Aratuba informou que o delegado solicitará ao
Instituto Médico Legal (IML) a perícia indireta das demais vítimas através do
prontuário e dos depoimentos em que descrevem os sintomas apresentados pelas
vítimas antes do óbito. As duas filhas mais velhas da suspeita já foram ouvidas
na Promotoria de Justiça e na delegacia.
A promotora de Justiça Camila Frota Furlan explica que iniciou
a investigação após pessoas da comunidade do Mundo Novo, localizada na zona
rural de Aratuba, comentarem estranhar a morte, sem causas aparentes, de quatro
pessoas de uma mesma família no intervalo de cinco anos. Diante das suspeitas
levantadas, a promotora de Justiça colheu depoimentos de parentes e amigos e,
uma vez que a apuração foi se afunilando, requisitou à Polícia Civil a
instauração de inquérito policial para investigar a suspeita pelas quatro
mortes.
Após colher novos depoimentos, o titular da Delegacia
Municipal de Guaramiranga (9° Região) solicitou o laudo da Pefoce referente à
morte da filha da suspeita, confirmando a presunção de que ela não teria
morrido por causas naturais. Diante dos indícios, o delegado requereu na
Justiça a decretação da prisão temporária até o término das investigações.
CEARÁ AGORA
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