O juiz Adriano Ribeiro Barbosa,
responsável pela 1ª Vara da Comarca de Quixadá, barrou, na última quinta-feira
(23), o aumento nos salários do prefeito (R$ 19.355,50), vice-prefeito (R$
12.020,80) e secretários (R$ 8.455,80), aprovado pela Câmara Municipal em
novembro de 2016. O prefeito Ilário Marques já foi intimido da decisão e, em
caso de descumprimento, pagará multa diária de R$ 1 mil.
A decisão atente a uma ação do
Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), que expediu uma recomendação à
prefeitura ainda em novembro de 2016, requerendo do então prefeito interino
Antônio Weliton Wavier Queiroz. Na época, o gestor não respondeu ao órgão e
sancionou o aumento no apagar ads luzes de 2016.
O MPCE pontua que o aumento
aprovado em desrespeito ao artigo 18 da Lei Orgânica do Município de Quixadá,
que prevê que “o subsídio dos agentes políticos do Município será fixado
através de lei de iniciativa da Câmara Municipal no último ano da legislatura,
até 30 dias antes das eleições, para vigorar na legislatura subsequente”. Outro
ponto alegado na ação é o aumento dos gastos nos 180 dias finais do mandato.
A aprovação do projeto de lei
que determinou o aumento ainda fere o princípio da impessoalidade, já que
alguns vereadores que apoiaram a decisão hoje participam da gestão como
secretários. Além diss, não foi feito, na época, nenhuma análise sobre o impacto
financeiro que o projeto geraria nas contas de Quixadá, que decretou, em 2017,
estado de emergência e de calamidade financeira.
Panos quentes
Ilário Marques, diante da
péssima repercussão junto à população, tentou pôr panos quentes na polêmica e
editou decreto para que o prefeito e o vice-prefeito doem, de forma voluntáia,
20% do salário ao município. Determinou ainda a redução da remuneração dos
secretários em 20%. Porém alterações nos subsídios dos gestores e secretários
só podem ser realizados por iniciativa da Câmara. O aumento causará impacto
anual no orçamento de Quixadá da ordem de R$ 583 mil.
CEARÁ NEW 7
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