O material genético de Walderir Batista dos Santos, 39,
suspeito de raptar e matar Débora Lohany de Oliveira, de 4 anos, na noite do
último dia 27, foi enviado, ontem, para a Perícia Forense do Estado do Ceará
(Pefoce). Conforme a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), o
DNA dele será comparado com vestígios encontrados no corpo da criança.
Para o titular da SSPDS, André Costa, o resultado do exame
pericial será de extrema importância para as investigações da Polícia Civil. O
secretário lembra que já na escolta de Parnaíba até Fortaleza, o suspeito
confessou e detalhou friamente o homicídio da criança.
"O exame pericial revelou vestígios de DNA nas unhas da
criança. Com essa coleta feita no suspeito, conseguiremos anunciar se realmente
bate com o DNA encontrado no corpo. Ele relatou detalhes do acontecido, mas não
podemos nos satisfazer legalmente com essa confissão. O trabalho da Polícia
Civil e da Perícia Forense é trazer provas de que ele realmente matou. Só assim
garantiremos uma futura condenação penal e o afastamento dele da
sociedade", disse.
Conforme a Polícia, o suspeito do crime foi encontrado na
última quinta-feira (13), no Bairro São José, em Parnaíba, no Estado do Piauí.
Mesmo com 17 dias após o ato, Walderir foi detido em flagrante pelas
autoridades que consideraram haver fundamentos suficientes para a realização do
procedimento.
O diretor da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP)
e responsável por assinar o auto de prisão em flagrante, delegado Leonardo
Barreto, disse que o suspeito é agressivo e vingativo. "Tendo em vista que
houve perseguição ininterrupta por parte dos policiais envolvidos diretamente
na investigação, o flagrante foi fundamentado e justificado em despacho no
momento da lavratura. Concomitantemente representamos o pedido de prisão
preventiva para garantir a ordem pública e aplicação da Lei Penal".
O diretor da DHPP lembra que Walderir Batista já tinha
antecedentes criminais. Em seu histórico há passagens por roubo, dois
homicídios, lesão corporal e ameaça. "Daí a colocação de fazer logo a
retirada desse indivíduo da sociedade", acrescentou Barreto. Por ter sido
hostilizado pelos outros presos, o suspeito se encontra isolado em uma cela.
O delegado Renê Andrade, diretor do Departamento de
Inteligência Policial (DIP), revela que durante depoimento, o suspeito
ressaltou que a motivação do homicídio da pequena Débora Lohany foi vingança.
Walderir disse que atuava como flanelinha no bairro Aerolândia, onde a menina
morava e foi raptada.
Renê Andrade afirma que horas antes do rapto, sob efeito de
drogas, o suspeito se envolveu em uma briga com outro flanelinha, nas
proximidades da Avenida Desembargador Moreira. Após ter lesionado gravemente o
desafeto, Walderir se deslocou até a ´Favela do Padre Cícero´ e tentou agarrar
uma criança.
"Por volta das 13h ele tentou beijar essa menina e lá
foi rechaçado e agredido pela população. Em razão desse fato afirmou para os
moradores da área que aquilo não ficaria dessa forma e jurou voltar ao local.
Revoltado com os espancamentos que havia sofrido, voltou e pegou a
Débora", disse Andrade.
Com contato visual recente, a mãe da primeira criança
vitimada por Wladerir, conseguiu fazer um retrato-falado dele, que ajudou na
identificação. De acordo com o diretor do DIP, a partir das características
apontadas por ela, a equipe obteve uma descrição aproximada da fisionomia do suspeito.
Daniele dos Santos, mãe de Débora Lohany, também já tinha visto Walderir, mas
disse que a última vez já fazia mais de um ano.
"Walderir era morador de rua. Tivemos que entrevistar
pessoas que o conheciam dos semáforos. Algumas suspeitavam que o desaparecimento
dele tivesse relacionado ao da criança. Saímos na caça. Fomos para várias
favelas de Fortaleza. Até que tivemos a informação que ele tinha familiares no
Piauí. De lá ele já ia se evadir para outro Estado próximo", disse Renê
Andrade.
A partir de afirmações do suspeito, a Polícia investiga ainda
uma possível vingança motivada por uma briga de ponto para a venda de
flanelinhas entre o tio de Débora e o suspeito. Daniele diz que a família nunca
trabalhou nos semáforos do bairro Aerolândia. As autoridades lembram que
ninguém da família de Débora tem qualquer responsabilidade no crime.
Fonte: Diário do Nordeste
Nenhum comentário:
Postar um comentário