Após dias de caos no Ceará, uma
carta assinada supostamente pela facção criminosa Guardiões do Estado afirma
que, “devido ao clamor da sociedade”, os envolvidos cessarão fogo em relação
aos ônibus, mas ameaça possíveis ataques a órgãos públicos. Na carta divulgada
na sexta-feira (21), o grupo pede desculpas à população pelos transtornos
causados.
“Na data de hoje, estamos
proibindo os irmãos a atacarem ônibus! Deixamos nosso leal abraço e parabenizar
a todos os irmãos convocados para representar o crime do estado”, diz um trecho
da mensagem.
Ainda na carta, o grupo pede
desculpas à sociedade “pelos dias conturbados devido aos ataques”. Os
envolvidos afirmam que o intuito não era ferir ou fazer algo contra o cidadão
de bem que vive nas comunidades carentes. “Infelizmente, tivemos que tomar essa
decisão para que nossa voz fosse ouvida por esse governo corrupto que vem
tirando o sossego dos irmãos que se encontram privados. No início, muitos não
entenderam nossa forma de ataque, se perguntando o porquê dos ataques a ônibus.
Nosso primeiro intuito era que nossa voz fosse ouvida pela população, com
ônibus paralisados, causando grandes tumultos, greves, chegando a prejudicar o
governo. Mas, mediante o clamor, estamos cessando fogo em ataques a ônibus”.
Novos ataques
O grupo reafirma que não
desistirá do objetivo e ameaça novos ataques, dessa vez, a órgãos públicos.
“Atenção, governantes e Secretaria de Justiça, não pensem que estamos recuando
ou até mesmo desistindo. Não mostramos nem 3% do que samos capaz (sic) de
fazer. Apenas mudamos de foco e partindo para outros órgãos de vocês, caso não
acatem nossas exigências”.
Nos últimos dias, o Ceará
registrou um verdadeiro caos na Segurança Pública. Ônibus incendiados,
delegacias alvejadas, transporte escolar queimado e taxistas ameaçados foram
algumas das ações criminosas.
A reivindicação dos Guardiões do
Estado, de acordo com a carta, é a transferência de presos integrantes do
grupo. Eles pedem que sejam retirados da Casa de Privação Provisória de
Liberdade (CPPL) 2, em Itaitinga, e encaminhados para “as unidades em que
predomina a facção”, como a CPPL 1, Penitenciária de Pacatuba e Instituto
Presídio Professor Olavo Oliveira 2.
“Somente com isso voltará tudo
ao normal. Nossa luta é contra a opressão e maus tratos por parte do governo.
Nossa luta é incansável. A guerra só acaba quando o último de nós cair, pois
somos um por todos e todos por um”, conclui a carta.
Secretário de Segurança
Na noite de quinta-feira (20), o
secretário de Segurança do Ceará, André Costa, explicou o “sumiço” nos últimos
dois dias, durante a onda de ataques a ônibus. Ele apontou que estava
trabalhando. “Muitos perguntaram durante o dia: ‘Onde está o secretário que não
fala?’ Bem, o secretário estava trabalhando, indo às ruas, aos terminais,
conversando com policiais, guardas municipais, motoristas e cobradores, além de
usuários do transporte público”. Sobre os atuais ataques, ele garantiu que
ninguém sairia impune e que a polícia está cumprindo o plano de ação com
inteligência, investigação criminal e saturação nas ruas. “Voltarei ao trabalho
e, assim que possível, trarei mais notícias sobre nossas ações”, finalizou.
Fonte: Tribuna do Ceará
Nenhum comentário:
Postar um comentário