Membros de quadrilhas que realizam ataques a bancos e
carros-fortes na Paraíba e no Rio Grande do Norte estavam em grupo que tentou
levar dinheiro das agências do Bradesco e do Banco na cidade de Jaguaruana, na
madrugada deste sábado, 1º. Eles vinham sendo investigados desde setembro em
integração da Polícia Civil, Polícia Federal e Polícia Militar, com trabalho
coordenado em Mossoró e abrangendo também ações no Ceará e em Pernambuco.
Nas últimas três semanas, as forças policiais rastreavam
possíveis rotas de atuações do grupo. A informação de que o município de
Jaguaruana seria invadido chegou no início da noite desta sexta-feira, explicou
o coronel Aginaldo de Oliveira, comandante do Policiamento Especializado da
Polícia Militar no Ceará. A reação foi o envio de seis equipes do Comando
Tático Rural (Cotar), que chegou à cidade quando o grupo estava posicionado na
praça central e nas duas agências.
Os policiais foram recebidos a tiros por volta das 0h30min e
revidaram, disse Oliveira em entrevista coletiva na tarde deste sábado, na sede
da Superintendência da Polícia Federal no Ceará, em Fortaleza. Na entrevista,
foram atualizadas as informações sobre o confronto: foram sete mortos, incluindo
um homem que morreu pela manhã em unidade hospitalar no município de Aracati.
Outro membro da quadrilha segue internado na mesma cidade. Nenhum policial
ficou ferido. A Polícia descarta que algum morador tenha sido atingido.
Até agora, a confirmação é da identidade de dois mortos. Um
deles é de Campina Grande (PB), conhecido apenas por Eric. O outro é Ediondas
Duarte Júnior, que era de Mossoró e atuava manuseando e ativando os explosivos
em diversos ataques. É possível que ele esteja vinculado a ações anteriores nos
municípios de Icapuí, no Ceará, e em Baraúna, no Rio Grande do Norte. Este
último ataque data de 2014.
Conhecido como Júnior Bombado, Ediondas começou a se envolver
com o crime em São Paulo e era peça-chave das quadrilhas no Nordeste, informou
o delegado Samuel Elânio, chefe da Delegacia da Polícia Federal em Mossoró e
coordenador das investigações. Dentre os mortos que ainda não foram
identificados, é possível que esteja o irmão do explosivista, conhecido por
“Eduardo Safadão”. Os corpos não identificados estão na Perícia Forense do
Ceará (Pefoce).
Próximos passos
As quatro pessoas presas não tiveram a identidade divulgada
nesta tarde. Conforme o delegado Samuel Elânio, as investigações vão continuar
para que os integrantes da ação em Jaguaruana sejam identificados, bem como a
atuação de cada um no grupo. Não há o número exato para quantos participaram do
ataque. Das três caminhonetes que transportavam os criminosos até a cidade, uma
conseguiu fugir após o confronto. O grupo também estava em 12 motocicletas,
algumas delas abandonadas no Centro. A Polícia não descarta que outros membros
tenham se ferido e buscado atendimento em hospitais das cidades vizinhas.
O POVO - THAÍS BRITO
VEJA REPORTAGEM DO CE TV DA TV VERDES MARES
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