O governador do Estado Camilo Santana sancionou, na tarde
desta segunda-feira, 15, a Lei Chico Anysio, que determina o “Ceará – Terra do
Humor como bem cultural de natureza imaterial”. Ocorrida no Palácio da
Abolição, a cerimônia contou com a presença de André Lucas, filho de humorista
cearense, Geovana Cartaxo (superintendente do Iphan-CE) e vários outros nomes
locais da humor, além de autoridades e prefeitos de algumas cidades do
Interior, inclusive de Maranguape, terra-natal de Chico Anysio.
A lei 220/2015 é de autoria do deputado Bruno Pedrosa (PP),
sendo elaborada a partir de conversas com o humorista Lailtinho Brega - que
também preside a Associação dos Humoristas do Ceará - que resultaram numa audiência pública, em
junho de 2016, em que viu-se necessária a discussão de apoios e melhorias para
os profissionais do riso. A Lei Chico Anysio foi votada e aprovada na Comissão
de Cultura e Esportes da Assembleia Legislativa do Ceará.
Para Lailtinho, o momento é, sobretudo, de rever os conceitos
em relação à classe. “O humor precisa de uma renovação. Hoje em dia, para você
ter uma ideia, o humor está em programas de TV, internet... Mas 70% do público
é rotativo. Então, a importância dessa lei é que, a partir dela, venham mais
projetos, workshops, escolas de humor, etc. Com isso, o humor passa a ser
serviço, entende? Que a Secult o veja também como um elemento cultural, assim
como a dança e o teatro”.
“Acho importante, porque é uma forma do Legislativo entender
que a gente existe. Então o que precisa agora é que o governo, de alguma forma,
absorva esses humoristas. É também uma forma de reconhecimento da nossa
profissão”, resumiu o humorista Jáder Soares (Zebrinha), presidente da
Associação dos Humoristas Cearenses, criada em 2008, e responsável pelo Museu do Humor Cearense e
o Teatro Chico Anysio, além de idealizador do Dia do Humorista, lembrado em 12
de abril (data de nascimento de Chico Anysio), em vigor desde 2003.
Fabiano dos Santos Piúba, titular da Secretaria da Cultura do
Estado (Secult), definiu a lei a partir de duas vertentes. “Tem uma que é a
legal, institucional, que faz com que o humor seja uma expressão universal, com
uma representação muito forte aqui. A segunda é prática, no sentido de que
tenhamos uma atenção maior para o humor a partir da viabilização de políticas
públicas para a área. Em 2016, já tivemos o Fórum Cearense do Humor, também
tivemos a retomada de um Edital do Humor (inserido no Edital de Incentivo às
Artes) e ainda teremos a volta do projeto Terça de Graça”, adiantou o secretário.
“Me sinto muito feliz em sancionar essa lei porque, agora, o
Ceará é não só a Terra da Luz, mas também a Terra do Humor. O Ceará conseguiu
construir personalidades que são referências em todo o País, como é o caso de
Renato Aragão, Tom Cavalcante, etc. Então torna-se um marco importante na
história do Ceará. É uma maneira de fortalecer e oficializar o humor não só a
partir de editais, mas de implementá-lo nos bairros e nas praças”, afirmou
Camilo Santana.
Um vídeo com a trajetória de Chico Anysio foi exibido antes
da assinatura. “O humor vive até hoje por iniciativas como essa Lei, vive por
conta de um Teatro Chico Anysio e de um Museu do Humor Cearense, que existem
aqui. E, claro, é uma honra que leve o nome do meu pai”, explicou André Lucas.
Para Bruno Pedrosa, autor da lei, “nós mesmos não nos reconhecíamos como Terra
do Humor. Que a lei possa incentivar os humoristas a viverem disso e,
consequentemente, o turismo possa ser cada vez mais incentivado”.
O POVO - TERESA MONTEIRO
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