A menos de 15 dias para o fim da quadra chuvosa, a situação
dos reservatórios ainda não é boa, e o abastecimento do cearense é incerto,
mesmo com o aporte de mais de 1 bilhão de metros cúbicos de água, de janeiro
até agora. As precipitações estão escassas e o Ceará começa a entrar no 6º ano
consecutivo de seca.
Com as primeiras chuvas em janeiro, a esperança do cearense
por um inverno regular voltou, mas isso foi diminuindo com o passar do tempo.
Em fevereiro, início da quadra chuvosa, foram 32% de chuvas. Já em março,
apenas 0,5%, e abril foi o primeiro mês negativo, com quase 40% de chuvas
abaixo da média.
Essa irregularidade não foi boa para a média geral dos 153
açudes monitorados pela Cogerh, que hoje está em pouco mais de 12,5%.
O membro do comitê da bacia do Vale do Jaguaribe Luís Vicente
acredita que nós já podemos considerar o 6º ano de estiagem, já que os
reservatórios continuam em níveis alarmantes. O Castanhão, por exemplo, maior
reservatório do estado, e que abastece Fortaleza e Região Metropolitana,
continua com 6% da capacidade.
Uma das piores situações encontradas é no Sertão Central, que
reúne os açudes da bacia do Rio Banabuiú. O reservatório principal, e que leva
o nome do rio, está com menos de 1%. Dos 19 açudes da bacia, 13 estão com menos
de 5%. E nem as chuvas na região, e nem a água nos reservatórios, devem
garantir uma boa produção aos agricultores da região.
Em Quixadá, por exemplo, o açude Pedras Brancas tem pouco
mais de 8%; e o centenário Cedro, apenas 2%. O diretor de políticas agrícolas
do Sindicato dos Trabalhadores Rurais da cidade, Sinval Lopes, diz que as
perdas da safra de milho podem chegar a 15%, por conta da falta de água. Além
disso, as sementes de mandioca nem chegaram a ser plantadas.
Uma alternativa, aponta Sinval, é o produtor armazenar água.
Mas com o período seco, e a alta evaporação, isso não é garantia de
despreocupação.
A quadra chuvosa não mudou muito a situação das cidades do
interior do estado. De acordo com a Defesa Civil do Ceará, ainda são 93
municípios em situação de emergência por conta da seca. No entanto, desde
janeiro houve uma redução de 23%. Antes de iniciar a quadra chuvosa, eram 137
cidades em emergência por conta da seca.
Tribuna do Ceará
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