Na contramão da média do Ceará,
que já perdeu quase 15 mil vagas de trabalho com carteira assinada neste ano,
alguns municípios continuam gerando empregos no Estado e vêm sentindo menos os
efeitos da retração econômica nacional. De acordo com dados do Cadastro Geral
de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta semana pelo Ministério
do Trabalho, Missão Velha é a cidade cearense que mais gerou empregos em 2017
até agora. De janeiro a maio, o município, localizado na região do Cariri,
acumula saldo positivo de 731 vagas, tendo registrado 911 admissões e 180
demissões. O crescimento é de 45,38% no ano.
Na segunda colocação, com saldo
de 575 vagas criadas em 2017, aparece Horizonte, cidade da Região Metropolitana
de Fortaleza (RMF). Lá, foram 2.016 trabalhadores contratados e 1.441
demitidos. E o mercado de trabalho registra avanço de quase 4%.
A cidade de Barbalha, também
localizada no Cariri cearense, figura na terceira posição, com saldo de
positivo de 325 empregos neste ano e incremento de 3,52% ante dezembro passado.
Nos primeiros cinco meses de 2017, foram 1.221 empregos gerados e 896 perdidos.
Incentivos
Para o analista de Mercado de
Trabalho do Sistema Nacional de Empregos/Instituto de Desenvolvimento do
Trabalho (Sine/IDT), Mardônio Costa, a reação do mercado de trabalho em
determinados municípios do Estado está ligada às particularidades das
atividades que estão sendo incentivadas nesses locais atualmente.
"Estamos observando uma
melhora, mas ainda de forma gradual. Muitas vezes, esses municípios contratam
mais do que demitem em razão da movimentação econômica em alguns setores, como
a construção civil. Qualquer saldo positivo de emprego é benéfico neste momento
de dificuldade no Brasil, em que o desemprego no Ceará está em 14,3%, o maior
em seis anos, afetando 561 mil trabalhadores", afirma.
Região Metropolitana
Além de Horizonte, o mercado de
trabalho em mais dois municípios da Região Metropolitana de Fortaleza vem
registrando resultados positivos em 2017, ainda que de forma mais tímida. Em
Caucaia, o saldo está 137 postos de trabalho, sendo 4.899 admissões e 4.762
demissões. Até agora, o avanço no total de empregos gerados é de 0,45%.
Já no Eusébio, de janeiro a março
deste ano, foram 5.530 vagas criadas e 5.443 perdidas, totalizando saldo de 87
postos de trabalho com carteira assinada. Na cidade, o mercado de trabalho
mostra-se praticamente estável, com um crescimento de apenas 0,25%.
Maiores quedas
Fortaleza, com saldo negativo de
9.161 vagas de trabalho, lidera entre os municípios cearenses que mais perderam
emprego de janeiro a maio de 2017. Segundo o Caged, foram 94.003 trabalhadores
contratados e 103.164 demitidos. A queda da Capital cearense na comparação com
dezembro de 2016, porém, não é das mais expressivas, registrando recuo de
1,37%.
Em seguida, vem Juazeiro do
Norte, com -1.079 vagas, sendo 6.431 contratações e 7.510 desligamentos no
mercado de trabalho. Também situado no Cariri, o recuo acumulado do município
neste ano é de 2,53%.
Depois, aparece Aracati,
município do litoral leste cearense. Lá, de janeiro a maio, foram 795 vagas
perdidas. O mercado admitiu 1.028 pessoas e dispensou 1.823 trabalhadores.
Estado
Em todo o Ceará, o ano de 2017 já
registra perda de 14.816 postos de trabalho. O saldo negativo está ligado a
156.523 contratações e 171.339 demissões. No ano, o Estado acumula retração de 1,18%.
Só no último mês de maio, o
Estado perdeu 2.940 vagas, sendo 29.761 admissões e 32.701 demissões.
Construção civil (374), agropecuária (161), administração pública (116) e
serviços industriais de utilidade pública (5) tiveram saldo positivo. Já nos
setores que mais demitiram do que contrataram foram indústria de transformação,
comércio (-1.209), serviços (-881) e extrativa mineral (-42).
Fonte: Diário do Nordeste
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