O relator do julgamento sobre as eleições de 2014, Herman
Benjamin, afirmou nesta sexta-feira que o sistema de propinas descoberto nesta
campanha seria suficiente para a “cassação” da chapa, embora espere que a
maioria dos juízes do TSE acabe absolvendo o presidente Michel Temer.
Na campanha de 2014, na qual foi reeleita a chapa
Dilma-Temer, foram usados recursos de uma “propina gordura ou propina poupança
na Petrobras”, disse Benjamin ao iniciar o quarto e último dia de sessões no
Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“Ao meu ver, esse ilícito já bastaria para a cassação da
chapa” vencedora em 2014, disse o juiz ao prefigurar o seu voto final no
tribunal, composto por sete juízes.
Entretanto, analistas consideram que, com base nos
posicionamentos dos debates preliminares, uma maioria estreita de quatro votos
a três acabaria resultando em não cassar a chapa, o que daria um alívio ao
presidente.
Temer está no centro de uma tempestade política desde que, há
três semanas, foi revelada uma gravação em que parece dar o aval ao pagamento de
propina para comprar o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha.
O presidente está sendo investigado no Supremo Tribunal
Federal (STF) por suposta corrupção, organização criminosa e obstrução da
Justiça.
Com a possibilidade de debandada de sua base aliada e os
crescentes pedidos de impeachment, Temer se declara inocente e se nega a
renunciar.
Se for absolvido no TSE, o presidente terá ganho uma batalha,
mas ainda não poderá cantar vitória.
Espera-se que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
apresente a qualquer momento uma denúncia contra Temer, o que poderá afastá-lo
do cargo caso ela seja aprovada pela Câmara dos Deputados e validada pelo STF.
Terra
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