Um estudo do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas
(Ipea) e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública aponta que três cidades
cearenses estão entre as 30 mais violentas do Brasil. Maracanaú aparece em 6º
lugar, enquanto Fortaleza e Caucaia aparecem em 13º e 27º, respectivamente. A
Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) contesta levantamento.
Maracanaú teve incidência de 89,4 homicídios para cada 100
mil habitantes. Fortaleza é a primeira Capital do ranking, com taxa de 78,1.
Caucaia ficou nas últimas posições, com taxa de 69,8. A cidade mais violenta do
País, conforme o Ipea, é Altamira do Pará.
Para o sociólogo e coordenador do Laboratório de Estudos da
Violência da Universidade Federal do Ceará (UFC), César Barreira, a posição das
cidades cearenses no ranking não é surpresa. Para ele, é preciso de
"políticas mais ostensivas e uma maior articulação da segurança pública
com educação e trabalho".
O estudo retrata um cenário de crise para a segurança
pública, resultado direto da incapacidade dos governos em planejar, propor e
executar políticas efetivas para a área. Isso tudo conforme os próprios autores
da pesquisa, com base em dados de 2015.
Só em 2015 foram 59.080 vítimas de homicídios no País, o
equivalente a 28,9 mortes a cada 100 mil habitantes. O número indica que, a
cada três semanas, 3,4 mil pessoas foram assassinadas no País. Para se ter uma
ideia da gravidade deste número, o resultado é maior do que a quantidade de
pessoas mortas nos 498 ataques terroristas ocorridos de janeiro a maio deste
ano, segundo a Exame.
A região mais citada na lista do Ipea é Nordeste, com 18
cidades. Também houve aumento de assassinatos nas regiões Norte e Centro-Oeste.
No Sul, houve estabilização. Já no Sudeste, houve queda de mortes.
Secretaria da Segurança
Em nota, a Secretaria da Segurança informou que a metodologia
de contagem e transparência de divulgação dos seus dados estatísticos está
consolidada. " O levantamento divulgado hoje utiliza indicadores do
Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Datasus – Ministério da Saúde
e são referentes até o ano de 2015, que não é a instituição com competência
legal para classificar a natureza dos crimes", comunicou a pasta.
Conforme a SSPDS, diferente dos anos anteriores, os
institutos adicionaram à sua metodologia os dados de Mortes Violentas com Causa
Indeterminada (MVCI), que inclui ocorrências em que a causa da morte é
desconhecida, impossibilitando à autoridade policial classificar a natureza do
fato, ficando esta para ser aplicada quando das investigações durante o
inquérito policial, bem como sua elucidação. "Nessa contagem, constarão
casos que não serão classificados como CVLI, que implica em dolo, após sua
elucidação", informou a Secretaria.
A pasta afirmou que, independente de ranqueamentos, mantém
ações contínuas para consolidar o quadro de redução dos indicadores de
criminalidade, entre elas a ampliação do policiamento especializado no
Interior, com novas unidades do Batalhão de Policiamento de Rondas e Ações
Intensivas e Ostensivas (BPRaio), Batalhão de Divisas e Coordenadoria Integrada
de Operações Aéreas (Ciopaer); do número de delegacias funcionando durante 24h
em todo o Estado; e a reestruturação do trabalho desenvolvido pelo Comando de
Policiamento Comunitário (CPCom). A Secretaria destaca ainda o trabalho
realizado no âmbito do Pacto por um Ceará Pacífico.
"É necessário refletir sobre os resultados. temos que
nos preocupar em surpreender por que essas cidades que fazem parte da Região
Metropolitana estão nessa situação e o que causa essa violência",
destacou. "Se tivermos boas politicas de urbanismo, teremos uma boa reação
a isso".
Fonte: O Povo
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