Ceará foi o primeiro estado
brasileiro a realizar um transplante de sangue raro para outro país.
O Ceará tem 80 doadores de sangue
com tipos sanguíneos considerados raros no mundo cadastrados no Centro de
Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce). O órgão informa que possuí um
serviço especializado de identificação de pessoas com tipos sanguínies
raríssimos. Na última quarta-feira (12), um doador cearense com sangue presente
em apenas 11 famílias brasileiras salvou um bebê na Colômbia com sua doação.
Segundo o órgão, cada vez que um
voluntário doa sangue, as amostras coletadas são avaliadas pelo laboratório de
Imuno-Hematologia. O material colhido passa por um processo de análise e testes
que incluem tipagem ABO e RH e pesquisa de anticorpos irregulares.
“Durante as análises, ficamos
atentos às células do sangue, se existem fenótipos raros e anticorpos
irregulares. Ao longo dos quatro anos de implantação do banco, conseguimos
identificar que 80 doadores de sangue do Hemoce possuem tipos sanguíneos
raros”, afirma Denise Brunetta, coordenadora do laboratório de
Imuno-hematologia do Hemoce.
A triagem imuno-hematológica do
doador no Ceará é feita no laboratório especializado do Hemoce, em Fortaleza,
utilizando equipamento de alta tecnologia. São 41 profissionais da saúde entre
médicos, bioquímicos, biólogos, técnicos de enfermagem, biomédicos, técnicos e
auxiliares de laboratório envolvidos na identificação de doadores com fenótipos
raros. Desde a implantação do banco, nove fenótipos raros foram detectados,
entre eles o fenótipo Bombay, raríssimo no mundo.
As informações sobre os doadores
raros ficam disponíveis no Banco de Sangue do Hemoce, que repassa para o
Cadastro Nacional de Sangue Raro do Ministério da Saúde. Esses doadores são
orientados a não realizar doação de sangue com regularidade para ficar disponíveis
para situações de emergência, como a que aconteceu na última quarta-feira.
1º transplante raro do país
O Ceará foi o primeiro estado
brasileiro a enviar sangue raro para outro país, segundo a Organização
Pan-Americana da Saúde (OPAS). Uma criança de 1 ano e 3 meses, residente em
Medellín, na Colômbia, teve a vida salva graças à compatibilidade de sangue com
um doador do Ceará que também tem o fenótipo Bombay, tipo sanguíneo considerado
raríssimo.
No Brasil, somente 11 famílias
possuem esse fenótipo. O doador cearense faz parte de uma dessas famílias.
A enfermeira do Hemoce, Natalícia
Azevedo, que ficou responsável pelo transporte da bolsa de sangue, disse que se
sentiu a "guardiã de uma vida". Coube à enfermeira a responsabilidade
de levar a bolsa de Fortaleza até Bogotá, capital da Colômbia, em um percurso
de mais de 4 mil quilômetros em 11 horas de viagem em três voos comerciais no
fim de semana passado.
O sangue transportado é de um
tipo raro chamado "hh" ou fenótipo Bombaim. A paciente que recebeu a
doação é uma menina de um ano e dois meses que apresentava sangramento
digestivo grave e precisava de transfusão urgente.
Por G1 CE
Nenhum comentário:
Postar um comentário