Houve crescimento de 160% no
número de casos da doença no primeiro semestre de 2017, em comparação com igual
período do ano passado.
Com mais de 80 mil casos
confirmados de chikungunya no primeiro semestre de 2017, o Ceará tem 61% dos
casos da doença registrados no Brasil. Os dados, do Ministério da Saúde, foram
contabilizados até a 25ª semana, em 24 de junho. De acordo com o boletim epidemiológico,
no mesmo período de 2016, o estado tinha 30.766 casos, o que representa
crescimento de 160% em relação ao ano passado.
Sete estados brasileiros --
Roraima, Pará, Tocantins, Ceará, Minas Gerais, Espírito Santo e Mato Grosso --
apresentaram uma alta nas notificações de chikungunya no primeiro semestre de
2017, em comparação com o mesmo período do ano passado. Essas regiões são
contrárias à tendência nacional: o país teve uma queda geral de 42% nos casos
da doença.
O Ceará, com 80.045 registros, tem
o maior número de casos em termos absolutos, já Roraima apresentou a maior
alta, de 2.635%, passando de 60 casos nos primeiros seis meses de 2016 para
1.641 neste ano. No mesmo período de 2016, o Ceará tinha 30.766 casos da doença
confirmados, o que representa crescimento de 160% em relação a esse ano,
ocupando a quarta posição no Brasil em termos de aumento no número de
registros.
Entre os prováveis motivos
apontados por especialistas para o aumento de casos da doença estão clima
propício, seca e aumento da população de Aedes aegypti. Para Robério Dias
Leite, infectologista pediátrico em Fortaleza, no caso do Ceará, a seca foi
fator determinante. "Tivemos um grande período de seca, e neste ano uma
melhora, mas ainda estamos abaixo dos níveis médios de chuvas no estado. Isso
favorece porque durante a seca as pessoas tendem a armazenar água e isso
contribui no desenvolvimento do mosquito", explicou.
A existência de uma alta nos
casos de dengue pode indicar um aumento futuro dos casos das outras
arboviroses. "No Ceará, a gente já estava observando um aumento nos casos
de dengue. Essas duas coisas estão muito relacionadas ao mosquito,
provavelmente uma expansão grande do vetor por lá. Então, você prepara o
terreno para a doença. Quando você tem uma grande densidade de Aedes aegypti em
alguma localidade, o terreno está pronto, qualquer pessoa contaminada que chega
ali começa a ter o material propício para fazer um novo surto", avalia
Antonio Bandeira, infectologista e pesquisador da Universidade Federal da Bahia
(UFBA).
Por G1 CE
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