sexta-feira, 28 de julho de 2017

COM MAIS DE 80 MIL CASOS DE CHIKUNGUNYA, CEARÁ TEM 61% DOS REGISTROS DO BRASIL


Houve crescimento de 160% no número de casos da doença no primeiro semestre de 2017, em comparação com igual período do ano passado.

Com mais de 80 mil casos confirmados de chikungunya no primeiro semestre de 2017, o Ceará tem 61% dos casos da doença registrados no Brasil. Os dados, do Ministério da Saúde, foram contabilizados até a 25ª semana, em 24 de junho. De acordo com o boletim epidemiológico, no mesmo período de 2016, o estado tinha 30.766 casos, o que representa crescimento de 160% em relação ao ano passado.

Sete estados brasileiros -- Roraima, Pará, Tocantins, Ceará, Minas Gerais, Espírito Santo e Mato Grosso -- apresentaram uma alta nas notificações de chikungunya no primeiro semestre de 2017, em comparação com o mesmo período do ano passado. Essas regiões são contrárias à tendência nacional: o país teve uma queda geral de 42% nos casos da doença.

O Ceará, com 80.045 registros, tem o maior número de casos em termos absolutos, já Roraima apresentou a maior alta, de 2.635%, passando de 60 casos nos primeiros seis meses de 2016 para 1.641 neste ano. No mesmo período de 2016, o Ceará tinha 30.766 casos da doença confirmados, o que representa crescimento de 160% em relação a esse ano, ocupando a quarta posição no Brasil em termos de aumento no número de registros.

Entre os prováveis motivos apontados por especialistas para o aumento de casos da doença estão clima propício, seca e aumento da população de Aedes aegypti. Para Robério Dias Leite, infectologista pediátrico em Fortaleza, no caso do Ceará, a seca foi fator determinante. "Tivemos um grande período de seca, e neste ano uma melhora, mas ainda estamos abaixo dos níveis médios de chuvas no estado. Isso favorece porque durante a seca as pessoas tendem a armazenar água e isso contribui no desenvolvimento do mosquito", explicou.


A existência de uma alta nos casos de dengue pode indicar um aumento futuro dos casos das outras arboviroses. "No Ceará, a gente já estava observando um aumento nos casos de dengue. Essas duas coisas estão muito relacionadas ao mosquito, provavelmente uma expansão grande do vetor por lá. Então, você prepara o terreno para a doença. Quando você tem uma grande densidade de Aedes aegypti em alguma localidade, o terreno está pronto, qualquer pessoa contaminada que chega ali começa a ter o material propício para fazer um novo surto", avalia Antonio Bandeira, infectologista e pesquisador da Universidade Federal da Bahia (UFBA).


Por G1 CE

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