Os aliados do presidente Michel
Temer já somam os votos necessários para derrubar no Plenário da Câmara Federal
a denúncia que o implica em crime de corrupção passiva. Em reunião na noite
desse domingo, no Palácio do Alvorada, o presidente, ministros e líderes traçaram
a estratégia para a semana na qual está marcada a sessão que pode apreciar a
denúncia feita pela Procuradoria Geral da República.
O ministro da Casa Civil, Eliseu
Padilha, disse, após a reunião, que o governo continua “com a convicção” que
tem os votos necessários, e defende que quem tem que colocar os 342 votos
necessários para dar quórum é a oposição e disse que a ideia do governo é
continuar trabalhando independente da denúncia ser apreciada ou não.
Padilha, que costuma ter placares
certeiros nas votações do Congresso, diz que ainda não é o momento de falar em
números. “Ainda prefiro não falar em números, os lideres estão verificando, mas
certamente temos os votos necessários”, reforçou. A contabilidade do governo
dá, hoje, pelo menos 260 votos garantidos pela rejeição da denúncia.
“O que esta em vigor hoje é o
parecer da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) que rejeitou a denúncia. Se
a oposição boicotar e não quiser dar quórum no dia 2, nós vamos defender que o
presidente Rodrigo Maia toque a pauta da Câmara independente da pendência deste
assunto ou não”, afirmou.
O presidente Michel Temer não
esconde aos auxiliares que sua vontade é que a denúncia seja logo rejeitada.
Apesar disso, o ministro da Casa Civil reafirmou que a base está “pronta para
votar a qualquer hora”. “Mas precisamos também tocar a pauta, são coisas
diferentes”, disse.
Na reunião, Temer pediu aos
líderes partidários que intensificassem as conversas para tentar reverter votos
e para garantir a presença de parlamentares no dia da votação na Câmara, na
quarta-feira, 2.
“Estaremos prontos para votar,
mas quem tem que se preocupar com quórum é quem quer rejeitar o parecer
aprovado na CCJ pela rejeição da denúncia”, afirmou o líder do governo na Casa,
deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), um dos que participou da reunião no
Alvorada.
Também presente no encontro, o
líder do PMDB na Câmara, deputado Baleia Rossi (SP), afirmou que a ordem de
Temer é para que a base aliada esteja pronta para votar “a qualquer momento”.
“A bancada do PMDB estará
presente no dia da votação”, disse o peemedebista, um dos parlamentares mais
próximos do presidente. Segundo ele, na reunião, líderes e Temer fizeram um
“check list” do rito da votação, para que os líderes possam passar as orientações
para suas bancadas.
Ribeiro e Rossi ressaltaram que
Temer deve continuar ligando para os parlamentares da base, em busca de
reverter votos a seu favor. “Cada líder ficou de fazer a avaliação dentro da
sua bancada e informar ao presidente”, declarou o líder do PMDB. De acordo com
ele, novas reuniões entre líderes e ministros devem acontecer até quarta-feira
para avaliar o cenário.
Por: Ceará Agora
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