Vereadores foram presos em operação do MPCE e Polícia Civil
em Itarema (Foto: Kaykon Gomez)
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Operação Itarema, realizada no
interior do Ceará, prendeu oito dos 13 vereadores da cidade.
Os políticos envolvidos no
esquema de corrupção por meio de contratação de funcionários fantasmas
investigados na operação do Ministério Público em Itarema, no Ceará,
desenvolveram uma esquema para atrapalhar as investigações, conforme a
promotora responsável pelo caso no Ministério Público, Mayara Muniz.
O esquema de obstrução, conforme
a promotora, passa pela intimidação de pessoas que estavam na ponta do esquema,
pessoas humildes contratadas para receber altos valores mesmo sem nunca estarem
presentes na Câmara Municipal.
"Nós observamos que os
próprios vereadores fazem um conluio. Eles contrataram um advogado para
assessorar os funcionários fantasmas, mas a presença do advogado tem a
finalidade de intimidar as pessoas para que elas não colaborem com as
investigações", explica a promotora.
Na segunda fase da operação
Fantasma, realizada em junho, oito dos 13 vereadores de Itarema foram presos.
Na terceira fase, nesta terça, foram cumpridos mandados de prisão contra
parentes de funcionários fantasma e de um parente de político.
Conforme a denúncia do Ministério
Público do Ceará, os vereadores aliciavam pessoas humildes para receber altos
salários. O esquema era mantido desde 2006 e desviou milhões, embora o valor
não possa ser precisado, explica o MPCE.
A descoberta da intimidação das
testemunhas, conforme Mayara Muniz, foi denunciada pelos próprios funcionários
fantasmas. "Alguns assessores admitiram que mentiram para o Ministério
Público porque estavam na presença do advogado e se sentiram pressionados. A
defesa foi contratada para intimidar."
Perfil dos 'fantasmas'
Vereadores foram presos em operação do MPCE e Polícia Civil
em Itarema (Foto: Kaykon Gomez)
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Ainda conforme a Promotoria de
Justiça, os suspeitos contratavam como funcionários fantasmas pessoas humildes,
de baixa renda, a quem repassavam uma pequena fração do dinheiro desviado.
"Nós pegamos um caso em que
a assessora era empregada doméstica da sogra de um vereador. São pessoas bem
pobres, que eles chamam pra fazer fluir esse dinheiro. Eles [empregados
humildes] vão responder também. Eles estão em conluio, a grande maioria mentiu,
não quis colaborar e optaram por assumir essa responsabilidade."
A terceira fase da operação
Fantasma constatou também, conforme a Promotoria, que os valores eram recebidos
diretamente pelos vereadores presos. "Recebemos documentos dos bancos que
provam que o dinheiro não passava nem pelos funcionários fantasmas, eles
recebiam só uma parte para manter o esquema", diz.
Fonte: G1 CE
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