Açude Castanhão está com menor nível desde que foi
inaugurado (Foto: DNCS/Divulgação)
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Responsável pelo abastecimento de
Fortaleza e Região Metropolitana, o Açude Castanhão atingiu o mais baixo nível
de armazenamento desde 2002, quando começou a operar: 4,6%, o que representa
308,71 milhões de metros cúbicos. O baixo nível de armazenamento – consequência
de seis anos de seca no Ceará - compromete não apenas as atividades comerciais,
como a piscicultura e a agricultura, mas também o consumo humano.
O secretário Dedé Teixeira,
titular da Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), explica que as ações que
estão desenvolvidas dão uma certa “tranquilidade” apesar do baixo nível do
reservatório. Por outro lado, ele não descarta a possibilidade de racionamento
de água.
Para garantir o abastecimento das
comunidades da região, por exemplo, a SDA iniciou a construção de uma adutora
para transportar água para as famílias do entorno. Por causa do baixo nível do
açude – quando a margem recuou três quilômetros do ponto de captação - a
adutora só está com 90% concluída. Com isso, as famílias estão sobrevivendo
graças à distribuição de água por carros-pipa e a perfuração de poços.
“Nós estamos fazendo um trabalho
integrado com a Cogerh [Companhia de Gestão de Recursos Hídricos], Funceme
[Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos] e Cagece [Companhia de
Água e Esgoto do Ceará] para uma melhor convivência com a seca. Há um
monitoramento constante, perfuração de poços, construção de adutoras,
capacitação do homem do campo para as boas práticas, reúso da água e combate ao
desperdício. Ações que possibilitem não depender totalmente do Castanhão e que
possam garantir o abastecimento até o próximo período chuvoso”, explica.
Piscicultura e Agricultura
Mas se ações estão sendo
implementadas para garantir o consumo humano, a agricultura e a piscicultura
estão fortemente prejudicadas. Antes principal produtor e consumidor de tilápia
do país, a produção atual não é suficiente para atender o mercado interno.
“Para a criação de peixes é necessário água abundante e de boa qualidade”,
explica Dedé Teixeira.
Em 2014, a produção de tilápia no
Castanhão chegou a 16 mil toneladas. Com a falta de água, os produtores
migraram para outros estados e a produção hoje não chega a 10%. “Isso
prejudicou muito a economia do Ceará, já que agora estamos importando tilápia”.
Além disso, a agricultura praticada às margens do Rio Jaguaribe, perenizado com
a construção do Castanhão, também foi prejudicada por causa da diminuição da
vazão para irrigação.
Reservatórios
Segundo a Companhia de Gestão dos
Recursos Hídricos (Cogerh), os 155 açudes do Ceará acumulam hoje apenas 10,98%
da capacidade total de armazenamento. Do total, 108 estão com volume abaixo de
30%, 11 reservatórios têm volume abaixo de 10%, e 17 estão secos. Quarenta e
dois alcançaram o chamado volume morto, ou seja, atingiram a reserva de água
reserva de água mais profunda da represa, que fica abaixo dos canos de
captação.
O açude Orós, segundo maior
reservatório de água do Ceará, deixou de abastecer as cidades da Região
Metropolitana de Fortaleza em março, para deixar suas águas para a região do
Vale do Jaguaribe. Atualmente, o Orós está com apenas 9% da capacidade de
armazenamento.
Fonte: G1 CE
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