Quatro dos acusados de assassinar
a travesti Dandara dos Santos tiveram pedido de revogação ou relaxamento da
prisão preventiva negada pela juíza Danielle Pontes de Arruda Pinheiro, da 1ª
Vara do Júri de Fortaleza. As decisões foram publicadas nesta quarta-feira
(23), no Diário da Justiça.
Três dos réus, Isaías da Silva Camargo,
Júlio César Braga da Costa e Francisco José Monteiro de Oliveira, pediram a
revogação da medida, argumentando a ausência de indícios de autoria ou de
participação no crime. A magistrada, contudo, colocou que permanece "a
cautela com a ordem pública e a aplicação da lei penal à vista da gravidade do
fato e da periculosidade do agente demonstrada pelo ‘modus operand’ perpetrado
na conduta delituosa pela deliberação conjunta e ação premeditada".
Outro réu, Jean Victor da Silva
Oliveira, defendeu excesso de prazo no pedido de relaxamento de prisão. A juíza
expôs, em contrapartida, que não existe qualquer constrangimento ilegal na
medida. Em todas as quatro decisões, ela deixou claro que a demonstração dos
fatos para a acusação já foi encerrada, de forma que os réus devem agora
aguardar a realização de audiência, no dia 5 de setembro. Nessa data serão
ouvidas as testemunhas de defesa, seguindo-se com o interrogatório dos
acusados. A primeira audiência foi realizada em 10 de agosto e 25 pessoas foram
ouvidas sobre o crime.
Há ainda uma outra pessoa presa
preventivamente pelo crime. Rafael Alves da Silva Paiva, contudo, não tentou
revogação ou relaxamento da medida. Além dos acusados já presos, há ainda
outros três foragidos, sendo eles Francisco Gabriel de Sousa Reis, Francisco
Wellington Teles e Jonatha Willyan Sousa da Silva. Também participaram do crime
quatro adolescentes.
Caso
O crime aconteceu no dia 15 de
fevereiro, no Bairro Bom Jardim, e ganhou repercussão nas redes sociais após o
compartilhamento do vídeo que mostra a travesti Dandara dos Santos, de 42 anos,
sendo agredida por um grupo no meio da rua.
O vídeo, gravado por uma pessoa
que está com o grupo de agressores, mostra parte da violência. A gravação tem 1
minuto e 20 segundos e termina quando os suspeitos colocam a vítima no carrinho
de mão, após agressões com chutes, chineladas, pedaços de madeira, e descem a
rua. Segundo a polícia, depois dessa gravação, o grupo espancou a travesti até
a morte.
O crime foi confessado por
Rafael, Júlio César, Jonatha (que colocou-se como o autor da filmagem) e por um
adolescente. Os réus foram denunciados por homicídio em concurso de pessoas
(qualificado por motivo fútil, motivo torpe, tortura e recurso que
impossibilitou a defesa da vítima), além de corrupção de menor.
Por: G1 CE
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