Sozinho, o Ceará é o estado que concentra mais da metade das
notificações da febre chikungunya no País, em 2017. Já são 80.045 casos
notificados no Estado e 131.749 no Brasil. Com 60.431 casos suspeitos,
Fortaleza é a cidade brasileira com mais incidência da arbovirose. Os dados são
do Ministério da Saúde, que monitorou as ocorrências entre janeiro e junho
deste ano.
De acordo com boletim epidemiológico da Secretaria Estadual
da Saúde (Sesa), Fortaleza acumula 49.802 casos confirmados da doença neste
ano. Atualizado no último mês de agosto, o balanço aponta 76 mortes na Capital.
Conforme dados da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), desse total de óbitos em
Fortaleza, 67 são de pessoas com mais de 60 anos, o que corresponde a 88,15% do
total de vítimas.
Diante do cenário, pesquisas para entender a ação do
mosquito Aedes aegypti passarão a ter incentivo financeiro municipal. Na manhã
de ontem, o prefeito Roberto Cláudio (PDT) anunciou a liberação de R$ 500 mil
para custear estudos direcionados ao combate das arboviroses. “Quando a gente
viu a epidemia crescer, ela aconteceu em um cenário novo”, explicou o prefeito.
“Por ser o mesmo vetor (mosquito transmissor), mas vírus
diferentes, isso nos trouxe a atenção e responsabilidade de criar um grupo de
trabalho”, acrescentou.
As pesquisas devem investigar os fatores de risco e as
complicações clínicas apresentadas por pacientes fortalezenses. Para a titular
da SMS, Joana Maciel, o investimento em pesquisa pode viabilizar uma redução
nos casos mais graves. “Os pesquisadores vão procurar entender as causas dos
óbitos, os sintomas neurológicos que, na literatura mundial, são tidos como
esporádicos, mas aqui temos um número elevado”, explanou. “Com isso, vamos
conseguir tratar adequadamente os pacientes”, projetou a secretária durante o
anúncio do investimento.
Projeto
Mais de 50 profissionais, entre professores, médicos
infectologistas de instituições como Universidade Federal do Ceará (UFC),
Universidade Estadual do Ceará (Uece) e Universidade de Fortaleza (Unifor),
além de servidores do Estado e do Município, estão envolvidos no projeto. A
iniciativa faz parte de uma série de ações para controle e prevenção da doença.
Por: O Povo
Nenhum comentário:
Postar um comentário