Pela primeira vez em seis meses, o Ceará voltou a ter menos de 10% de água armazenada nos reservatórios monitorados. O último registro superior ao índice tinha sido em março. No entanto, a situação atual (9,8%) dos reservatórios — amenizada depois de uma quadra chuvosa em torno da média histórica — ainda é melhor que a de setembro do ano passado, época em que só havia, conforme o Portal Hidrológico do Ceará, 8,8% de água acumulada.
Mesmo assim, dois dos maiores e mais estratégicos açudes estaduais têm sofrido consecutivas baixas. No dia 27 de janeiro deste ano, o Castanhão armazenava somente 4,97% da capacidade; ontem, registrava 4,07%. Já o Orós, que, por nove meses (entre julho de 2016 e março de 2017), tomou o protagonismo do abastecimento da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) junto ao Castanhão, saiu de 12,37% em 27 de janeiro deste ano para 8,31% no relatório de ontem.
Cada vez mais seco, o Ceará contribui, assim, para posicionar o Nordeste como a pior região do Brasil em armazenamento de água para o sistema hidrelétrico. De acordo com banco de dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), atualizado na última segunda-feira, 25, o Nordeste tem somente 9,64% de água em razão da capacidade total, enquanto que Centro-Oeste tem 25,48%, Norte tem 35,7% e Sul tem 37,8%.
Bacias hidrográficas
De todas as bacias do Ceará, a que está com menos água atualmente é a dos Sertões de Crateús, que opera com 0,6% da capacidade. Em seguida, em pior situação, estão: Baixo Jaguaribe (1%), Banabuiú (2,9%), Médio Jaguaribe (3,7%) — onde está localizado o Castanhão — e Alto Jaguaribe (8,5%) — onde fica o Orós.
A região Norte do Estado, onde mais choveu neste ano, segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), é a que mais concentra água nos reservatórios.
A região hidrográfica mais abastecida é a de Coreaú (66,1%), seguida do Litoral (48%), da Metropolitana (24,9%), da Serra da Ibiapaba (24,3%), de Acaraú (21,7%), do Salgado (11,9%) e do Curu (11,5%).
Por: O Povo
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