Pesquisadores do Laboratório de
Separação e Reação (LP1), do Departamento de Engenharia Química da Universidade
Federal do Ceará, estão desenvolvendo um kit rápido para diagnosticar o zika
vírus em parceria com grupos da Universidade Estadual do Ceará (Uece) e da
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Os cientistas esperam encontrar uma
solução que reduza o tempo médio do diagnóstico, que hoje é de 4 a 7 dias, para
poucas horas após o teste.
No Brasil, boa parte dos exames
de laboratório utilizam a técnica de PCR, que identifica a presença do DNA ou
RNA do agente causador da doença. A técnica, no entanto, só permite fazer a
detecção enquanto o vírus estiver circulando no organismo, além de ser
relativamente cara.
Ao longo do último ano, a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou cinco tipos de testes
rápidos, feitos por sorologia (sangue). Esses testes, no entanto, ainda
apresentam problemas de falsos positivos devido ao diagnóstico cruzado com vírus
como o da dengue e de outras arboviroses, motivo pelo qual ainda são pouco
utilizados.
Entenda
Segundo o Prof. Ivanildo José da
Silva Júnior, coordenador do trabalho na UFC, a ideia dos grupos das três
universidades é disponibilizar o novo kit na rede pública. A pesquisa é
resultado de uma chamada pública que trabalha com temas das áreas de saúde,
biologia e engenharia de bioprocessos, realizada no fim do ano passado, com
financiamento do CNPq e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. O desenvolvimento
do kit deve levar ainda mais um ano para ser concluído.
Para elaborar o kit, os
pesquisadores utilizam a NS1, uma proteína produzida pelo vírus na fase aguda
da doença. Para essa pesquisa, a proteína está sendo desenvolvida pela Uece em
laboratório a partir de células vegetais. Ela deve funcionar como antígeno, uma
célula estranha ao corpo humano que gera uma reação específica (anticorpo). Uma
das vantagens de utilizar essa proteína é que ela se conecta de forma bastante
particular com cada um dos arbovírus, o que evita os falsos positivos e permite
maior precisão no diagnóstico.
Com informações da Agência UFC
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