Pelo menos 26 pessoas foram
detidas por suspeita de participação em um esquema que tinha como objetivo a
aprovação no concurso estadual para o cargo de agente penitenciário do Ceará. O
POVO apurou que a fraude envolve policiais. O grupo já vinha sendo investigado
pelos órgãos de inteligência da Segurança Pública e do Ministério Público do
Ceará. Todos foram capturados, na tarde de ontem, durante a aplicação da prova.
Os suspeitos foram
conduzidos para a sede da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco),
no bairro Aeroporto. Até o fechamento desta matéria, eles continuavam sendo
ouvidos. Titular da unidade, o delegado Harley Filho não deu detalhes da
operação e informou que uma entrevista coletiva deverá ser realizada ainda
hoje.
O POVO apurou, porém, que os
suspeitos estariam utilizando dispositivos eletrônicos durante o exame. Alguns
equipamentos foram recolhidos. Fontes que pediram para não serem identificadas
asseguraram a participação de policiais no esquema, mas não especificaram se os
suspeitos seriam da Polícia Militar ou da Civil. Elas adiantaram, contudo, que
o caso será remetido também à Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de
Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD).
Por meio da assessoria de
imprensa, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS)
confirmou a operação, mas também não entrou em detalhes. A pasta reiterou que
mais informações seriam repassadas somente hoje.
Em nota, a SSPDS adiantou
somente que a ação envolveu equipes da Coordenadoria de Inteligência (Coin), da
Polícia Civil — através da Draco —, de agentes penitenciários da Secretaria da
Justiça e Cidadania (Sejus) e do Grupo de Atuação Especial de Combate às
Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público do Ceará (MPCE).
No momento em que O POVO
esteve na delegacia, durante a noite, a movimentação era intensa. Além dos
suspeitos, muitos advogados e familiares dos detidos aguardavam por informações
ou pelo desfecho da situação. Contudo, eles se recusaram a falar sobre o caso.
A Polícia não informou quantas pessoas permaneceram presas.
Concurso
Conforme a Sejus, ao todo,
76,9 mil pessoas estavam inscritas no concurso. Entre ausências e atrasos,
cerca de 15 mil pessoas faltaram à prova aplicada pelo Instituto AOCP em mais
de 40 pontos espalhados pela Capital. O salário inicial de R$ 3.747,29, além da
estabilidade, apesar do risco da função, são considerados os principais
atrativos para o cargo.
A expectativa é de que o
resultado seja divulgado até o fim de outubro e as próximas etapas aconteçam em
novembro. Após a aprovação no exame objetivo, o candidato passará por outras
cinco etapas: inspeção de saúde, avaliação de capacidade física, avaliação
psicológica, investigação social e funcional e curso de formação profissional.
As datas ainda serão divulgadas.
SAIBA MAIS
Após o processo de seleção,
os aprovados e nomeados serão distribuídos nas unidades prisionais da Sejus.
Para a Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) está reservado o maior número de
novos agentes, totalizando 556 vagas. Para a Região do Cariri e Centro Sul são
88 vagas. No Litoral Oeste, 85. Sobral e Ibiapaba têm 84 vagas. Para o Sertão
Central são 74. O Litoral Leste e Jaguaribe contam com 57 vagas. O Sertão dos
Inhamuns tem 50 vagas. Para Baturité são outras seis. A opção por uma das
microrregiões deverá ser feita pelos candidatos no ato da inscrição.
O POVO POR THIAGO PAIVA
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