As indenizações estipuladas pela Justiça para o Estado pagar a familiares de detentos mortos no sistema prisional somaram mais de R$ 1 milhão neste ano, no Ceará. A estimativa é do Conselho Penitenciário do Estado do Ceará (Copen). Do ano de 2016 até setembro deste ano, foram 70 detentos mortos em unidades, conforme estatística da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).
Segundo a secretária da Justiça e Cidadania, Socorro França, a primeira iniciativa para evitar mortes no sistema prisional foi tomada em fevereiro deste ano, quando houve a divisão das unidades conforme as facções dos detentos. A gestora da Sejus ressalta que o problema é nacional e que os grupos demarcam territórios dentro e fora dos presídios.
Socorro diz ainda que, quando o detento é recebido no centro de triagem, questiona-se se ele pertence à “massa carcerária” ou faz parte de facção. A resposta define a unidade para onde será levado. Ela frisa que, quando há mortes, uma das maiores dificuldades é encontrar testemunhas do crime. “Nesses casos, nos deparamos com a lei do silêncio. Ninguém fala”.
Cláudio Justa, presidente do Copen, questiona o motivo de ainda acontecerem mortes mesmo com a separação dos presos conforme as facções criminosas.
Uma das medidas que, segundo ele, poderiam ajudar na redução da quantidade de mortes nas unidades — e, consequentemente, do pagamento de indenizações às famílias — seria a criação de uma delegacia especializada em homicídios dentro do sistema prisional. (Jéssika Sisnando)
O Povo
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