O senador Tasso Jereissati acompanha dos Estados Unidos os
preparativos do PSDB para a Convenção Nacional que irá escolher, no dia 9 de
dezembro, os novos dirigentes nacionais do partido. Tasso é candidato e atrai o
apoio dos setores da sigla que querem o PSDB fora do Governo Michel Temer. As
divergências provocaram a queda do ministro das Cidades, Bruno Araújo, que se
sentiu sem apoio do PSDB para se manter no cargo.
O conflito interno continua e, nos últimos dias, fracassaram
as tentativas para a formação de uma chapa única a convenção. Sem consenso, o
novo presidente do PSDB deve mesmo ser escolhido no voto. Diante das tentativas
frustradas de convencer um dos candidatos a desistir ou de estabelecer uma
“terceira via” com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, a comissão
eleitoral criada pelo presidente interino Alberto Goldman elabora uma fórmula
de votação em duas etapas.
O sistema de votação terá, primeiro, os cerca de 600
participantes da convenção nacional votam em uma chapa única para eleger os 177
membros titulares e os 59 suplentes do Diretório Nacional. Na mesma cédula,
escolhem um dos dois candidatos a presidente do PSDB: o senador Tasso
Jeiressatti ou o governador de Goiás,
Marconi Perillo.
O resultado dessa votação vai indicar o peso de cada um dos
dois candidatos. O mais votado seria o presidente, e se sentaria com o segundo
colocado para compor os 21 cargos da Executiva nacional de acordo com o número
de votos recebido por cada um. O modelo é inspirado no sistema de votação para
escolha dos presidentes da Câmara dos Deputados e da composição dos cargos da
Mesa.
A comissão eleitoral do PSDB se reuniu, nesta terça-feira,
com Goldman, o secretário geral Silvio Torres e o administrador do partido, o
ex-deputado João Almeida. Esse arranjo será apresentado em reunião na próxima
terça-feira com todos os membros da comissão, que também inclui dois
representantes de Tasso e de Marconi. Na semana seguinte, haverá uma reunião da
atual Executiva para dar a palavra frnal sobre a organização da convenção
marcada para 9 de dezembro.
O secretário geral Silvio Torres ainda não desistiu de tentar
negociar com Tasso e Marconi uma presidência compartilhada — uma comissão de
presidentes —, como na criação do PSDB. Quando o partido foi criado, o PSDB foi
comandado, no primeiro ano, por cinco presidentes nacionais que se revezaram:
Franco Montoro, Fernando Henrique Cardoso, Mário Covas, José Richa e Pimenta da
Veiga.
Os dois candidatos, entretanto, não apoiam a proposta. Tasso
até admite um revezamento com Marconi, mas desde que ele seja o presidente no
primeiro ano, ou seja, em 2018, o ano da eleição. Marconi não concorda com o
revezamento ou com a comissão de presidentes, como no passado.
CEARÁ AGORA
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