quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

CAMARÃO FICA ATÉ 24% MAIS BARATO NO CEARÁ



Após registrar diversas altas no segundo semestre de 2016 até junho deste ano por conta da doença da mancha branca, o preço do camarão começou a cair no Ceará e deve se manter até antes do Carnaval de 2018, quando a procura pelo produto aumenta e a oferta tende a ser menor. A queda no valor do crustáceo nas fazendas, junto ao produtor, já chega a 24% no Estado.

Em janeiro de 2017, por exemplo, o quilo do camarão (de dez gramas) nos viveiros era encontrado por um preço médio de R$ 29, valor que atualmente varia de R$ 22 a R$ 25. Já o camarão maior, de 20 gramas, custa em média 32. Para o Carnaval, o valor do produto deverá sofrer um reajuste de 10%, diz o presidente da Câmara Setorial do Camarão do Ceará e da Associação Cearense de Criadores de Camarão (ACCC), Cristiano Maia.

Apesar da queda dos preços nas fazendas, para o consumidor final (nas peixarias), o preço do quilo pode passar de R$ 50, conforme pesquisa feita ontem pela reportagem. “Não sabemos o preço para o consumidor final, porque nesse processo entra o atravessador. Só sabemos que aumenta um pouco”, afirma Cristiano.

O presidente do Sindicato dos Bares, Restaurantes, Barracas de Praia, Buffets e Similares do Ceará (Sindirest-CE), Moraes Neto, diz que os valores não voltaram aos patamares do início de 2016, antes do ataque da doença da mancha branca. “Houve uma queda no preço do camarão de gramatura menor (10 a 14 gramas), mas não foi tão significativa”, observa, salientando que o quilo do crustáceo do tipo grande ficou inalterado. Preço x peso
O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Camarão (ABCC), Itamar Rocha, explica que o preço do camarão precisa estar sempre associado ao seu respectivo peso médio.

“O que posso informar é que, hoje, para um camarão médio (10 g/unidade, com cabeça), está sendo pago ao produtor, na fazenda, o valor de R$ 25/kg, enquanto que um camarão de (18 gramas/unidade, com cabeça) custa R$ 34/kg”, compara. Ele acrescenta que as vendas do crustáceo crescem, no período de fim de ano e alta estação, entre 10% e 15%.

Segundo o presidente da ABCC, depois da mancha branca ter atingido o Ceará e o Piauí, em meados de 2016, houve uma redução na produção de camarão marinho cultivado de tal ordem que a produção brasileira de 2015, de 76 mil toneladas (t), foi reduzida para 60 mil t (2016). “No entanto, os investimentos e as adequações tecnológicas realizadas pelo setor, para se contrapor aos efeitos nocivos da mancha branca e continuar produzindo camarão, contribuíram para a recuperação da produção, e se espera uma produção total de 65 a 70 mil t no Brasil em 2017”, considera. O Ceará deve fechar o ano com 30 mil toneladas.

Cristiano Maia diz que, neste ano, houve uma forte retração no estado brasileiro que mais consome o produto, o Rio de Janeiro. Isso fez aumentar a oferta e compensar a menor produção no País. 

O Povo

Nenhum comentário:

Postar um comentário