Guardas municipais de Fortaleza que atuam no Grupo de Operações Especiais (GOE) e como guardas comunitários devem ter o porte de arma de fogo liberado a partir de janeiro. A Prefeitura divulgou que houve assinatura de um convênio com a Polícia Federal, na manhã de ontem.
Segundo o titular da Secretaria Municipal da Segurança Cidadã, Antônio Vieira Filho, os guardas deverão ser aprovados por psicólogos credenciados pela PF e, em seguida, terão 100 horas/aula. Ao todo, 116 guardas municipais devem começar o treinamento e, a partir do dia 12 de janeiro, poderão escolher se querem ou não usar a arma de fogo. Além da instrução, a PF vai dar o apoio com espaço físico para o treinamento. O Município informou, via assessoria de comunicação, que a compra de 25 armas está em andamento.
Conforme nota da Prefeitura, durante a assinatura do convênio pelo vice-prefeito, Moroni Torgan, o superintendente da PF no Ceará, Delano Brunn, disse que, no fim da formação, os guardas municipais que não apresentarem aptidão e habilidade para uso das armas de fogo serão reprovados.
Na assinatura, Moroni indicou que, além dos guardas comunitários e do GOE, os agentes designados para atuação nas torres de segurança — parte do programa de segurança municipal em áreas de vulnerabilidade — estão incluídos no treinamento. Os primeiros locais que receberão as torres, ainda neste mês, são o bairro Jangurussu e a Comunidade das Goiabeiras.
Repercussão
Para o vereador Soldado Noélio (PR), a ação deveria ser estendida para toda a Guarda Municipal. Ele defende que profissionais desarmados se tornam vulneráveis a ações criminosas e cita que a guarda civil de São Paulo atua armada desde os anos 1980. “Aqui em Fortaleza, neste ano, chegou a ter equipe da guarda sendo perseguida por um grupo armado”, relata.
Já o deputado Renato Roseno (PSol), coordenador do Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência, diz que o uso do armamento pela guarda é uma contradição no discurso do prefeito Roberto Cláudio (PDT), pois a função da guarda é de proteção patrimonial. Ele diz que os guardas não deveriam estar em situações de risco, mas em ações de mediação de conflito.
JÉSSIKA SISNANDO / O POVO
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