Mesmo antes de terminar, janeiro de 2018 já se consolida como
um dos mais violentos da história do Ceará. Além da chacina que vitimou 14
pessoas em uma festa na Comunidade Barreirão, no bairro Cajazeiras, as notícias
de execuções se multiplicaram e chegaram à inacreditável média diária de 15
homicídios no Estado. A cada dia a população sente mais medo de estar nas ruas
e se tornar parte das estatísticas, que mais parecem de uma guerra civil.
Desde o 1º dia de janeiro de 2018 até a última segunda-feira
(29), data do último levantamento oficial divulgado pela Secretaria da
Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), pelo menos, 440 Crimes Violentos
Letais e Intencionais (CVLIs) foram registrados. Hoje, os números consolidados
do balanço do mês ainda devem ser mais altos.
A soma das pessoas mortas não se resume a possíveis
integrantes de facções criminosas. Na conta, estão adolescentes e mães de
famílias, como algumas das oito mulheres assassinadas na chacina.
O episódio da madrugada do último sábado (27), seguido por
uma sequência de ocorrências com mais de uma vítima, em outros bairros da
Capital e municípios do Ceará, mostrou que as tragédias não se resumem a um
"fato isolado", como considerou o titular da SSPDS, André Costa.
Os milhares de CVLIs contabilizados nos últimos anos dão
conta que os assassinatos são parte de um círculo vicioso, patrocinado pelas
facções criminosas, que também aflige até os detentos.
Em 2017, as execuções no Ceará chegaram a 5.134. Quando
comparado ao ano de 2016, o acréscimo nos casos de CVLIs foi de cerca de 50%.
Soluções
Ontem, o secretário afirmou em uma rede social que, junto ao
trabalho de investigação da Polícia Civil, o policiamento ostensivo da PM é
foco da Pasta. Segundo André Costa, desde o ocorrido nas Cajazeiras, houve
aumento no número de apreensões de armas.
"A intensidade das abordagens já gerou 34 armas
apreendidas apenas em Fortaleza e Região Metropolitana, de sábado até
agora", disse o titular da SSPDS explicando a necessidade de ser mantida a
ordem nas ruas, para evitar outras possíveis chacinas.
Também ontem, o Ministério Público do Estado (MPCE) anunciou
a assinatura de um Termo de Cooperação Mútua com o Governo para a redução dos
índices de violência. O documento formaliza a disponibilidade de investigadores
do MPCE no combate às facções e a parceria com outros órgãos de Inteligência.
Fonte: Diário do Nordeste
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