Uma boate foi atacada por homens em dois carros, na noite deste domingo (28), um dia após à chacina das Cajazeiras, com a morte de 14 pessoas. De acordo com a polícia, o ataque à boate Panteras, no município de Horizonte, às margens da BR-116, na Região Metropolitana de Fortaleza, ocorreu por volta das 21h.
As marcas dos tiros ficaram marcadas nos muros da boate e no portão. Segundo os moradores, os homens passaram atirando, mas ninguém ficou ferido. Os atiradores fugiram, e os vizinhos não querem falar sobre o assunto com medo de represálias. A polícia também não sabe os motivos do ataque.
Segundo ataque a boates
O ataque à boate Panteras ocorreu um dia após o massacre na casa de shows Forró do Gago, no Bairro Cajazeiras, periferia de Fortaleza. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SPPDS), 14 pessoas foram assassinadas, na maior chacina do estado. Segundo testemunhas, o crime foi motivado por conflito entre facções criminosas que atuam no estado.
Conforme testemunhas relataram a policiais, vários homens armados em três veículos dispararam em que viam pela frente. Entre as vítimas estavam um trabalhador que vendia cachorro-quente em frente ao local e um motorista de Uber que deixava passageiro na festa.
Uma pessoa foi presa momentos após a chacina. A Secretaria de Segurança afirmou que identificou outros cinco suspeitos de participação no crime; entre eles dois mandantes do massacre.
A brutalidade do crime repercutiu em todo o Brasil e no mundo, sendo destaque em vários sites de notícias, em diversos idiomas.
Após a chacina, o Governo Federal afirmou que enviaria uma força-tarefa para auxiliar no combate às facções criminosas que atuam no Ceará. O Governo do Ceará anunciou uma série de medidas para enfrentar o crime organizado, como a criação de um órgão integrado para apurar informações sobre as facções.
O Ceará vem batendo recordes de homicídios. No ano passado 5.134 assassinatos foram registrados no estado, 50% a mais do no ano anterior.
Polícia 'deficitária'
Para o presidente da Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas do Ceará (Abracrim), Cândido Albuquerque, o crescimento da atuação das facções no Ceará se deve à precarização da Polícia Civil no estado.
"Enquanto o crime está organizado, a polícia está deficitária. Investe na PM em detrimento da Polícia Civil. A Polícia Civil do Ceará, em razão do pequeno contingente, não tem condições de investigar nada", disse.
"A população cearense está morrendo, inclusive de medo", acrescentou o presidente da Abracrim.
Por G1 CE
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