Nos últimos sete dias, 98
reservatórios dos 155 monitorados pela gestão pública cearense receberam aporte
total de 77,1 milhões de metros cúbicos (m³) de água. O acumulado foi possível
devido às chuvas regulares e intensas que recentemente caíram sobre quase todas
as regiões do Estado, principalmente no Litoral Norte. O monitoramento diário
deu conta ainda de que fevereiro nem terminou e já registrou precipitações 29%
acima da média para o mês.
De acordo com o presidente da
Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), João Lúcio Farias, da forma
como têm acontecido, as chuvas têm servido para encharcar o solo e recarregar
pequenos e médios reservatórios.
Só depois dessa recuperação é que
se torna possível para a água pluvial escoar de rios influentes como o
Jaguaribe e o Salgado e desembocar em açudes maiores e mais estratégicos como o
Castanhão, o Orós e o Banabuiú. O Orós, João Lúcio adiantou, já chegou a
apresentar um pequeno aporte, considerando que seu espelho d’água subiu de
cinco a seis centímetros de dezembro do ano passado, início da pré-estação, até
hoje. “Isso quer dizer que, na bacia do Alto Jaguaribe, já começou o escoamento
dos rios”, interpretou. O presidente da Cogerh esclareceu ainda que, mesmo que
o Rio Salgado, em Lavras da Mangabeira, tenha registrado cheia na sexta-feira,
16, não houve reflexo significativo no Castanhão. “Tanto que o Castanhão
continua baixando. Agora, está com 2,1% (da capacidade)”, alertou João Lúcio.
Por isso, destacou, “é importante continuar chovendo bem na região do Salgado,
que é um dos principais rios de influência pro Castanhão”.
Nos próximos dias, é possível que
continue chovendo em todo o Ceará, segundo a Fundação Cearense de Meteorologia
e Recursos Hídricos (Funceme). No entanto, com predomínio no Litoral Norte e na
região da Serra da Ibiapaba — esta, uma das que estão em melhor situação no
Estado, com 18,9% da capacidade total de armazenamento.
O que, este ano, tem deixado
otimistas os gestores da água é que, diferentemente de 2017, quando o início da
estação teve o suporte de um fenômeno relativamente imprevisível como o Vórtice
Ciclônico de Altos Níveis (VCAN), agora a quadra tem contado somente com a Zona
de Convergência Intertropical (ZCI), principal sistema indutor de chuvas
regulares no Estado. “Março é o mês mais típico de atuação da ZCI, com chuvas
ainda mais regulares”, projeta o meteorologista Raul Fritz, da Funceme. Na
próxima semana, ele adiantou, deve ser divulgado o segundo prognóstico para a
quadra, agora, englobando os meses de março, abril e maio.
AÇUDES
O estoque de água no Ceará é de
7%, segundo o Portal Hidrológico. O Orós está com 5,8% da capacidade e o
Banabuiú, com 0,45%. Ontem, o açude João Luís saiu do volume morto
PREVISÃO
No início do ano, a Funceme
previu que a quadra chuvosa de 2018 teria possibilidade de ser 40% acima da
média, 35% em torno e 25% abaixo.
O POVO
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