Um dos chefes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital
(PCC) Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, foi encontrado morto na
tarde desta sexta-feira (16), em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza.
Ao lado dele foi encontrado e já identificado o corpo de Fabiano Alves de
Souza, conhecido como Paca. As informações foram confirmadas ao G1 pelo
procurador de Justiça Marcio Sérgio Christino.
De acordo com o procurador, os dois eram foragidos da Justiça
de São Paulo e líderes da facção criminosa. As duas principais suspeitas da
polícia para as mortes são execução por facção rival ou retaliação do próprio
PCC. Eles foram mortos com tiro no rosto e facada no olho.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública do Ceará, os
corpos estavam na área de uma reserva indígena e sem identificação. A polícia
investiga quem são os autores do crime.
'Duro golpe', diz promotor
O promotor de Justiça Lincoln Gakiya disse na tarde deste
domingo (18) que a morte de Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, um
dos chefes do Primeiro Comando da Capital (PCC), que atua dentro e fora dos
presídios, "é um duro golpe na facção".
"É uma grande baixa para o PCC. Gegê era considerado o
número 1 do PCC em liberade, abaixo apenas do Marcola. O Paca estava entre os
seis da facção. Já não existem elementos da facção na rua para exercer essa
liderança", afirmou Gakiya, que trabalha no Grupo de Atuação Especial
contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Estadual em Presidente
Prudente e é um dos promotores que mais investigam a facção.
Segundo o promotor, "não há informações de conflito com
outras facções" sobre a morte de Gege e Paca no Ceará. "Segundo as
nossas investigações não se trata de briga de facções. Ninguém sabia, a não ser
alguns integrantes do PCC, que eles estariam no Ceará nessa época.
Possivelmente possa ser um racha dentro da facção que levou a essas mortes."
Gegê do Mangue
Rogério Jeremias de Simone era considerado pelo Ministério
Público de São Paulo o número 3 na escala de chefia do PCC. Havia a suspeita de
que ele estivesse controlando o tráfico de drogas no Paraguai.
Em abril de 2017, o promotor Rogério Leão Zagallo disse ao G1
que “a última informação recebida pela Polícia Federal é da suspeita de que
Gegê esteja no Paraguai desde que ele fugiu”.
Também em abril do ano passado, ele foi condenado a 47 anos,
7 meses e 15 dias de prisão pelos crimes de homicídio triplamente qualificado e
formação de quadrilha armada. Para a fixação da pena, o magistrado levou em
consideração, entre outros fatores, os antecedentes criminais do acusado, sua
conduta social e personalidade voltadas a práticas delituosas.
Para o Ministério Público (MP), Gegê e Abel ordenaram as
execuções de dois criminosos na favela do Sapé, no bairro do Rio Pequeno, Zona
Oeste de São Paulo. Eles tinham dado as ordens por celular de dentro da cadeia
para integrantes da facção matarem dois desafetos do grupo do lado de fora.
Ele foi liberado antes de seu julgamento após a Justiça
entender que houve excesso de prazo para ele ser julgado. Após a sua liberação,
ele não se apresentou mais às autoridades e faltou ao próprio julgamento. Ele
não foi localizado por ter mentido sobre os endereços que poderia estar e
passou a ser considerado foragido da Justiça. Sua prisão preventiva chegou a
ser decretada.
G1
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