A diretoria colegiada do SindJustiça
do Ceará envia nota a esta Vertical, na qual faz o alerta: a criação da Vara de
Delitos de Organizações Criminosas é louvável, mas não pode ser um fim em si
mesma. Vai exigir, para ter resolutividade, servidores qualificados, de modo a
garantir celeridade à prestação do serviço, bem como investimentos “que
possibilitem resguardar a segurança dos prédios e instalações do Judiciário,
além de implementar um conjunto de medidas que contribuam para que todos os
crimes sejam apurados e julgados, evitando impunidade, insegurança e
desperdício de recursos da Polícia”.
Um relatório produzido pela direção
dessa entidade lembra que o TJCE é classificado pelo Conselho Nacional de
Justiça como o tribunal de médio porte e que tem a menor quantidade de
servidores, em comparação com demais tribunais. O relatório destaca ainda que
cerca de 8 mil crimes cometidos em Fortaleza não tiveram julgamento de mérito,
ficaram impunes e sem uma resposta judicial.
Outros dados expõem a quantidade de
processos pendentes nas Varas Criminais nos últimos anos. Ou seja, processos em
andamento, que ainda não foram julgados. São cerca de 46 mil pendentes, algo
que “atesta a morosidade na resposta do poder público diante da crescente onda
de violência. ”
O SindJustiça diz torcer pelo sucesso
da luta contra o crime organizado, mas deixa uma reflexão: sem investimentos no
Judiciário, todo o esforço de melhorar a polícia investigativa acabará em vão.
É mesmo.
Da Coluna do Eliomar de Lima, no O
POVO desta quarta-feira:
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