sexta-feira, 2 de março de 2018

AÇUDE CASTANHÃO DEIXA DE ABASTECER FORTALEZA DEVIDO AO BAIXO VOLUME



O açude Castanhão deixou de abastecer o município de Fortaleza há cerca de 10 dias. A decisão foi do Conselho Estadual de Recursos Hídricos (Conerh) e deve vigorar até o fim da quadra chuvosa, de acordo com documento publicado no Diário Oficial do Estado. O maior açude do país, o Castanhão era o principal responsável pelo abastecimento da Região Metropolitana de Fortaleza.

A razão é o baixo nível do reservatório, que acumula apenas 2,45% da capacidade de armazenamento, o que representa 164 milhões de metros cúbicos. Há um ano, o Castanhão estava com volume de 342,6 milhões de m³. A manutenção da operação do açude Castanhão ficará condicionada à chegada ao volume mínimo de 173,34 milhões de m³.

“É importante, neste momento, preservar o Castanhão para que ele possa atender suas demandas locais, já que ele atende oito cidades da Região do Jaguaribe. É um reservatório que vem se recuperando, pois está recebendo água da bacia do Jaguaribe e do Salgado”, explica João Lúcio Farias, presidente da Companhia de Gestão de Recursos Hídricos do Ceará (Cogerh).

Apesar da suspensão, Fortaleza já havia se tornado menos dependente do Castanhão desde o ano passado, quando as águas do açude passaram a responder por cerca de 10% do abastecimento da capital. “Nós vamos utilizar todos os açudes da Região Metropolitana de Fortaleza, como o Pacajus, o Pacoti, o Riachão e o Gavião”, diz o gestor da Cogerh.

Além disso, ficou resolvido que o volume de água fornecido pelo açude para os perímetros irrigados será reduzido, passando de 2,15 m³ por segundo para 1,5 m³ por segundo. Após o dia 1º de março, o Cogerh deliberará sobre novas medidas na operação do Castanhão, assegurando o atendimento do abastecimento humano e animal.

Volume Morto
Com capacidade para 6,7 bilhões de metros cúbicos, o Castanhão atingiu o chamado volume morto em novembro do ano passado, de acordo com o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), que administra o açude. Também chamado de reserva técnica, volume morto é a água que fica abaixo do nível de captação dos reservatórios, que não foi programada para ser usada no dia a dia e funciona como “poupança” em caso de emergência.


Por G1 CE

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