Em Icó, Cleane Rodrigues dos Santos, 34 anos, foi morta
estrangulada pelo companheiro, em fevereiro. O homem já havia sido denunciado e
preso duas vezes por agressão à vítima, e estava em liberdade provisória. Em
uma das denúncias, ele feriu Cleane com uma faca que atravessou o maxilar da
mulher. Um homicídio é considerado feminicídio quando a vítima é morta em razão
da condição de ser do sexo feminino, em situações de violência doméstica ou
não.
O número de vítimas de Crimes Violentos Letais Intencionais
(CVLIs) contabilizados pela secretaria somaram 844 nos dois primeiros meses de
2018. Além dos feminicídios, foram registrados 824 homicídios dolosos, sete
lesões corporais seguidas de morte e nove latrocínios (roubos seguidos de
morte). Os dados foram obtidos pelo G1 por meio da Lei de Acesso à Informação
(LAI).
Titular da Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para
as Mulheres do Estado do Ceará, Camila Silveira afirma que os dados específicos
vão ser usados para atualizar os mecanismos de combate à violência contra a
mulher no estado. “A ideia é ter os dados para elaborar políticas eficientes
para romper o ciclo de violência e exterminar o feminicídio”, comenta.
De acordo com ela, a Coordenadoria Especial para Mulheres tem
parceria com o Observatório da Violência contra a Mulher (Observem), da
Universidade Estadual do Ceará (Uece) para desenvolver projetos de
enfrentamento a essa realidade.
Entre os projetos está a tipificação das ocorrências de
violência registradas pela Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança
(Ciops) por meio do 190. Camila explica que o intuito é, ao denunciarem uma
briga de vizinhos, por exemplo, a Ciops poder tipificar a situação como
violência doméstica ou não. “Assim, a própria unidade da polícia já chega lá
tomando ciência do acontecimento”, diz.
Por G1 CE
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