Motoristas de caminhão ampliaram os bloqueios nas rodovias federais do Ceará nesta quinta-feira (24), quarto dia seguido de protestos contra o aumento do preço do combustível. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), oito trechos estão fechados no estado, até as 9h01.
Caminhoneiros autônomos protestam desde segunda-feira (21) no Ceará e em outros estados do país. Os profissionais reclamam do aumento no preço do diesel e também reivindicam um reajuste nos valores recebidos pelos fretes.
Na Região do Cariri, a greve dos caminhoneiros afetou o fornecimento de combustível para as aeronaves. De acordo com a Infraero, o Aeroporto de Juazeiro do Norte só tem combustível para os próximos três dias.
As manifestações também prejudicaram o fornecimento de serviços como o dos Correios e no atraso na entrega de hortifrutigranjeiros na Central de Abastecimento do Ceará (Ceasa), em Maracanaú, Grande Fortaleza. O transporte público não foi afetado pelos protestos, conforme o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus).
Nesta manhã, a PRF confirmou bloqueios em sete cidades do Ceará:
- BR-116, km 18, Eusébio. Caminhões ocupam os dois senditos da via;
- BR-116, km 70, Chorozinho. 850 caminhões ocupam 7 km do acostamento;
- BR 116, Km 545, Penaforte. 200 caminhões ocupam ambos os sentidos da rodovia;
- BR 222, km 334, Tianguá. Cerca de 100 caminhoneiros fecharam a rodovia;
- BR 116, km 250, Alto Santo. Uma fila de caminhões se formou nos dois sentidos;
- BR 116, KM 168, Russas. Caminhoneiros fecham a via desde as 17h30 de quarta-feira (23);
- BR 116, km 215, Tabuleiro do Norte. Caminhoneiros fecharam um dos sentidos da via.
- BR 304, km 47, Aracati. Caminhoneiros fecharam os dois sentidos da via.
- Em todos os bloqueios, os caminhoneiros autônomos impedem o fluxo de veículos de grande porte e de cargas, como caminhoneiros e carretas. Longos engarrafamentos se formaram nos trechos bloqueados, conforme a PRF.
No Eusébio, os condutores pararam os caminhões nos dois sentidos da BR-116. A Polícia Rodoviária informou que cerca de 200 caminhoneiros participam do protesto. Um engarrafamento de cerca de 7 quilômetros se formou na rodovia.
Somente veículos de passeio, como carros e motos, ônibus e caminhões de pequeno porte estão transitando pelos bloqueios.
Caminhões com alimentos como cenoura, cebola, uva e maçã não chegaram ao posto da Ceasa, segundo o analista de mercado da Central, Odálio Girão. Ainda segundo Girão, o atraso da entrega dos produtos no posto de Maracanaú pode gerar aumento do preço. As principais mercadorias afetas foram as vindas do Sul e do Sudeste do país.
Reivindicações
Segundo o caminhoneiro Lázaro Amaral, um dos caminhoneiros que participa do protesto na BR-116, a categoria cobra uma redução no valor do diesel e também um reajuste nos preços dos fretes. Ele diz que os custos das viagens aumentaram, porém os lucros reduziram em torno de 50% devido à alta do combustível. Lázaro afirmou que os caminhoneiros devem permanecer com os protestos até que os preços sejam ajustados.
Um outro caminhoneiro ouvido pelo G1 disse que a retirada da Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (CIDE), do preço do óleo diesel, anunciada pelo Governo Federal, não é suficiente para que os caminhoneiros encerrem as manifestações. José Antônio da Silva afirmou que o tributo representa apenas R$ 0,05 do preço do diesel.
Redução
Em decisão temporária, a Petrobras reduziu em 10% o preço do diesel pelos próximos 15 dias. A medida entra em vigor nesta quinta-feira e o impacto será de R$ 0,25 por litro no bolso dos consumidores.
Por Valdir Almeida e Gioras Xerez, G1 CE
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