O Ceará é o quarto estado onde mais marrem policiais em
atividade. Em 2017, 26 policiais civis e militares morreram no estado em ação
contra o crime. Os estados que lideram o ranking negativo de violência são Rio
de Janeiro (com 119 assassinatos de policiais em 2017), São Paulo (60 mortes) e
Pará (29).
Os dados são do Monitor da Violência, levantamento exclusivo
do G1 com informações de todos os estados.
Um caso que repercutiu em todo o estado foi o assassinato de
Edvaldo José Santana Flexa, de 42 anos, sargento que atuava na Coordenadoria
Integrada de Operações Aéreas há 22 anos. Ele foi morto em uma tentativa de
assalto no Bairro Guararapes, em Fortaleza.
Veja o índice por estado de mortes em ação policial
"Ele sempre teve esse contato com a criminalidade, mas
com ele era diferente, não era diretamente. Geralmente ele era acionado para
alguma ocorrência. O que ele fazia muito era ronda aérea nesses bairros mais
perigosos e aeromédicos, transportar doentes de outros municípios, resgate de
afogamentos... Ele também era enfermeiro, então estava na área certa",
conta a viúva do sargento, Silvana Flexa.
Silvana
conta que familiares dos policiais vítimas da violência no Ceará têm
dificuldade em receber a pensão integral do estado. Em alguns casos, a viúva
aguarda há anos. Ela afirma ainda que não recebe assistência do Estado.
"Nunca ninguém me
procurou pra nada. Nem pra saber como a gente estava, se estava precisando de
alguma coisa. Pelo contrário, se fosse pra esperar por todo o trâmite da
pensão, eu teria passado dificuldades. Levei mais de cinco meses pra conseguir
começar a receber a pensão. Eu trabalho e tenho duas filhas. Uma tem 24 anos,
mas a outra ainda tem 12 anos e é autista. Se eu não trabalhasse, como eu ia
sustentar uma casa, sem ajuda, sem nada?"
Mortos por policiais
O Monitor da Violência do G1 mostra também que 161 pessoas
foram mortas por policiais no Ceará em 2017. O índice é 1,8 morte para cada 100
mil habitantes. A média do Brasil é de 2,4 mortes por grupo de 100 mil
habitantes.
As mortes de pessoas por ação policial não são registradas
nas estatísticas oficiais de homicídio no Ceará, divulgadas mensalmente pela
Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social.
Em uma dessas ações, uma inspetora da Polícia Civil reagiu a
uma tentativa de assalto e atirou contra o suspeito no Bairro Guararapes, em
Fortaleza, em junho do ano passado.
Ele estava sobre uma motocicleta roubada quando anunciou
assalto, portando uma arma falsa. Nesse momento, a inspetora reagiu, disparando
a própria arma. Ela se apresentou em seguida no 2º Distrito Policial, no Bairro
Aldeota.
Por Ranniery Melo, G1 CE
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