Dois homens presos pela morte de Jheyderson de Oliveira Xavier, ativista que atuava em defesa do público LGBT, afirmaram à polícia que assassinaram o jovem num ritual de magia negra para "baixar o espírito de satanás e melhorar de vida", conforme relatou o delegado Jerffison Pereira. O crime ocorreu na sexta-feira (18) em Iguatu, no do centro-sul do Ceará, e os suspeitos foram presos nesta quarta (23).
Conforme apontou o delegado, Roberto Alves da Silva (41 anos) e Gleudson Dantas Barros (30 anos) foram presos em flagrante e indiciados por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e posse ilegal de arma de fogo. Jheyderson estava desaparecido desde a sexta-feira (18). O corpo foi encontrado nesta quarta-feira (23) em uma cova rasa, com um tiro na nuca.
A polícia agora procura outros três suspeitos de participarem do crime. Todos já foram identificados.
Jhey de Oliveira, como era conhecido, tinha 24 anos e era estudante do curso de serviço social no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE). A instituição emitiu uma nota de pesar pela morte do jovem. "Sensibilizamo-nos com a família, amigos e com os professores e colegas de curso, a quem prestamos nossa solidariedade."
A vítima também era ativista em defesa de direitos de gays, travestis e transexuais no interior do Ceará e realizava serviços sociais em Iguatu. O corpo apresentava sinais de tortura e ele foi morto com dois tiros.
Magia negra
O local onde a vítima foi encontrada fica a dez metros de uma residência no distrito de Suassurana, onde estavam dois dos suspeitos do crime. De acordo com o delegado Jerffison Pereira, na casa foram encontrados "livros de magia negra e ocultismo", um revólver 38 com munição, duas cápsulas de projétil já disparados, o celular da vítima, esculturas de entidades relacionadas a ocultismo, um crânio humano, "além de outros objetos relacionados a rituais satânicos".
Segundo as informações apuradas pela polícia, os dois presos são praticantes de rituais de magia negra.
Depoimento 'mentiroso'
Ainda conforme o delegado Jerffison Pereira, colegas da vítima informaram que Jhey de Oliveira havia faltado a aula na sexta-feira para se encontrar com um dos suspeitos do homicídio. "O suspeito deu um depoimento extremamente mentiroso, ele caiu em contradição. Ele disse que não via o Jheyderson desde novembro do ano passado, mas a gente encontrou imagens de uma câmera de segurança que mostra ele saindo com o pai de santo na sexta-feira [18]", diz.
O delegado aponta ainda que o suspeito foi reconhecido nas imagens pelos próprios pais. "Ele [o suspeito] puxa a perna [resultado de uma deficiência física] e aparece nas imagens usando uma mochila que também estava na casa dele", detalha o policial civil.
Por G1 CE
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