O homem preso apontado como assassino do estudante Jheyderson
de Oliveira Chavier, em Iguatu, é suspeito de matar outras três pessoas que ele
considerava "desafetos". O líder religioso Gleudson Dantas Barros,
preso em 18 de maio, assumiu participação nos crimes que vitimaram quatro
pessoas, de acordo com o delegado responsável pelo caso, Jerffison Pereira.
Policiais localizaram nesta terça-feira (28) uma ossada no
mesmo sítio onde Jheyderson de Oliveira havia sido encontrado morto, com dois
tiros. Os policiais investigam se são restos mortais de um garoto desaparecido
em 2017.
A suspeita é de que Gleudson Dantas Barros e Roberto Alves da
Silva, que também está preso por suspeita de participação nos crimes, matavam
pessoas que de alguma forma "desagradavam" o líder de uma seita
religiosa. "No caso de Jhey [como era conhecido Jheyderson de Oliveira],
ele havia tido uma discussão com o Gleudson, e depois de ir muito de encontro
com as ideias de Gleudson, ele teve o prestígio atingido e estava perdendo
seguidores", afirmou Pereira.
Um adolescente que também era suspeito de participação nos
homicídios foi achado morto nesta terça. Segundo a Polícia Civil, o garoto
cometeu suicídio.
"Nos depoimentos, eles [Roberto Alves da Silva e
Gleudson Dantas Barros] confessaram ter matado quatro pessoas, mas a verdade é
que pode ter sido bem mais", afirmou o delegado ao G1.
Nesta quarta-feira (30), os policiais vão retornar ao Sítio
Canto, local onde eram praticados rituais religiosos, na zona rural de Iguatu,
para procurar restos mortais de outras duas pessoas que estão desaparecidas. As
duas eram consideradas "desafetos" do religioso.
Os presos foram indiciados por homicídio qualificado,
ocultação de cadáver e posse ilegal de arma de fogo; um revólver e munição
foram achados no sítio onde os corpos foram encontrados.
Conforme o delegado Jerffison Pereira, nos restos mortais
localizado nesta terça foi possível constatar que a vítima sofreu um tiro na
nuca, assim como ocorreu com Jhey, informou o delegado Pereira. Também há
sinais de que ele foi torturado antes de ser assassinado.
'Maníacos'
Jheyderson tinha 24 anos e estava desaparecido desde o dia 18
de maio. Ele era estudante do curso de serviço social no Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), ativista em defesa de direitos
de gays, travestis e transexuais, e realizava serviços sociais em Iguatu.
À polícia, os suspeitos afirmaram que mataram o rapaz num
ritual macabro para "baixar o espírito de satanás e melhorar de
vida", conforme relatou Jerffison Pereira. O delegado descarta a relação
dos crimes com rituais.
"Esses caras eram maníacos que saíam matando as pessoas
e enterrando por aí à fora, não tem nada a ver com magia negra", afirma.
A polícia procura outros dois suspeitos de participarem dos
crimes, ambos já identificados. Os policiais investigam se outras pessoas que
estão desaparecidas foram assassinadas nas mesmas circunstâncias.
Por Cinthia Freitas, G1 CE
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