Como compensação do custo de R$ 13,5 bilhões para reduzir o
preço do diesel e os tributos que incidem sobre o óleo, o Governo Federal vai
cortar verba que impacta até mesmo educação e o Sistema Único de Saúde (SUS). A
arrecadação de impostos de exportadores, indústria de refrigerantes e química
será elevada. Medidas foram publicadas em edição extra do Diário Oficial da
União.
Juntamente com a reoneração da folha de pagamento, já
aprovada na Câmara, as medidas permitirão ganho de R$ 4 bilhões para compensar
a isenção da Cide-combustíveis (Contribuição de Intervenção no Domínio
Econômico) e a redução de R$ 0,11 do PIS/ Cofins sobre o diesel. Foram
cancelados também R$ 3,4 bilhões em despesas do Orçamento deste ano.
Em relação aos programas, o Governo cortará R$ 3,4 com
cancelamento de reserva para capitalização de estatais (R$ 2,1 bilhões), e de
recursos para programas (R$ 1,2 bilhão).
No Ministério dos Transportes projetos para adequação e
construção de 40 obras perdem R$ 368,9 milhões.
Também foi reduzido recurso para prevenção e repressão ao
tráfico de drogas (R$ 4,1 milhões), concessão de bolsas para estímulo ao
fortalecimento de instituições de ensino superior (R$ 55,1 milhões),
policiamento ostensivo e rodovias e estradas federais (R$ 1,5 milhões) e
fortalecimento do SUS, com R$ 135 milhões.
Por outro lado, criou-se recurso para programa que
objetiva desobstruir estradas (R$ 80
milhões).
Os exportadores vão ver o Reintegra, que devolvia 2% do valor
em produtos manufaturados vendidos através de créditos de PIS/ Cofins reduzido
para 0,1%. A economia é de R$ 2,27 bilhões no ano. O recuo do IPI de 20% para
4% sobre refrigerantes liberará R$ 740 milhões até o fim de 2018, pois
fabricantes vão gerar menos créditos para abater impostos. O Regime Especial da
Indústria Química será alterado e aumentará receitas em R$ 170 milhões. Em
relação à reoneração da folha, são R$ 830 milhões.
Dentre os setores isentos desta última medida estão calçados,
construção civil, fabricação de veículos, transporte rodoviário etc. Em 2019, o
aumento de arrecadação será de em torno de R$ 16 bilhões. A escolha da retirada
de benefícios se deu com base em distorções do sistema tributário. No caso da
taxação da fabricação de refrigerantes, há geração de créditos em volume
superior a imposto devido, por causa dos benefícios na Zona Franca de Manaus.
Acontece que algumas empresas usavam o excesso de crédito em
refrigerantes para compensar em cerveja. (Com agências)
IMPACTOS
O acordo fechado com caminhoneiros foi para baixar o preço do
litro do diesel em R$ 0,46 na refinaria, com congelamento do valor por dois
meses. A medida tem impacto em R$ 13,5 bilhões. Vai ser reduzido R$ 0,16 com
isenção da Cide e do PIS/Cofins sobre o óleo, com impacto de R$ 4 bilhões.
Parte do valor será compensada com recursos da reoneração da folha de
pagamentos de 39 setores da economia. O restante dos impactos será levantado
com a retirada de benefícios fiscais, segundo afirmou o ministro da Fazenda,
Eduardo Guardia. Os R$ 0,30 restantes serão compensados com programa de
subvenção do Governo Federal, com custo de R$ 9,5 bilhões. Neste caso, da
compensação do subsídio, o Governo Federal conta com R$ 5,7 bilhões em excesso
de arrecadação. Outras medidas para compensar o restante foram anunciadas como
cancelamento de despesas dos ministérios, o que alcança, educação, saúde e
moradia.
MEDIDAS
Os benefícios aos caminhoneiros estão sendo chamados de
“bolsa caminhoneiro”. Ontem, Governo disse que posto pode ser multado por não
repassar queda no diesel.
O POVO
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