O número de cirurgia bariátrica, conhecida também como
cirurgia de redução de estômago, realizada pelo SUS cresceu 215% em todo o país
entre 2008 e 2017. O aumento ocorre também no Ceará, onde 195.801 pacientes são
elegíveis para receber o procedimento, ou seja, apresentam índice de massa
corpórea que aponta para a necessidade da cirurgia.
De acordo com pesquisa divulgada nesta terça-feira (10) pela
Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), com base em
dados do DataSUS, foram realizadas 105.642 mil cirurgias no ano de 2017 no
país, 5,6% a mais do que em 2016, quando 100 mil pessoas fizeram o procedimento
apenas no setor privado.
Os números são crescentes ano a ano: em 2015 foram realizadas
93,5 mil cirurgias; em 2014, o número foi de 88 mil procedimentos; em 2013, 80
mil cirurgias e, em 2012, 72 mil cirurgias.
Pelo Sistema Único de Saúde, foram 3.195 procedimentos em
2008 e 10.064 em 2017. "Em 2017 muitos brasileiros deixaram de ter planos
de saúde, o que levou ao aumento da procura pelo Sistema Único de Saúde,
principalmente nos estados do Paraná, com 47% e São Paulo, com 20,2%",
conta o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica,
Caetano Marchesini. No Ceará, o aumento foi de 12,3%.
População elegível
Nos Ceará, mais de 195 mil pessoas apresentam condições de
saúde que necessitam da cirurgia para evitar problemas consequentes da
obesidade, que pode levar à morte. No entanto, conforme o estudo, a menor parte
dos elegíveis recebem o procedimento.
"É necessário aumentar o número de procedimentos, que em
média hoje atende a 2% dos elegíveis. Outro ponto é melhorar a assistência como
um todo. Hoje, 50% das crianças brasileiras estão com sobrepeso. A obesidade
vai crescer no futuro" -- Caetano Marchesini (SBCBM).
O que é e quem pode fazer a cirurgia bariátrica
Hoje, a cirurgia bariátrica reúne um conjunto de técnicas
destinadas ao tratamento da obesidade.
Pode-se reduzir o estômago ou fazer um desvio intestinal. A
cirurgia mais comum reúne as duas técnicas.
Na redução do estômago, o órgão diminui a capacidade de
receber o alimento. No desvio do intestino, há menor absorção dos alimentos.
A cirurgia é indicada para aqueles com IMC de 35kg/m² e
doenças associadas ou IMC acima de 40 kg/m².
Mais recentemente, pessoas com IMC acima de 30 kg/m² e
diabetes tipo 2 podem realizar o procedimento no Brasil.
Estudo da Universidade de Brasília e do Ministério da Saúde
mostrou que no Brasil são gastos anualmente R$ 500 milhões no SUS com o
tratamento de doenças associadas à obesidade. O aumento na realização de
cirurgias ajudaria a diminuir gastos com essas doenças, diz a Sociedade de
Cirurgia Bariátrica.
A obesidade hoje atinge 18,9% dos brasileiros, segundo
pesquisa Vigitel (Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção de
Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), realizada pelo Ministério da Saúde.
Por G1 CE
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