quarta-feira, 11 de julho de 2018

Procura por cirurgia bariátrica cresce e tem 195 mil pacientes elegíveis no Ceará



O número de cirurgia bariátrica, conhecida também como cirurgia de redução de estômago, realizada pelo SUS cresceu 215% em todo o país entre 2008 e 2017. O aumento ocorre também no Ceará, onde 195.801 pacientes são elegíveis para receber o procedimento, ou seja, apresentam índice de massa corpórea que aponta para a necessidade da cirurgia.

De acordo com pesquisa divulgada nesta terça-feira (10) pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), com base em dados do DataSUS, foram realizadas 105.642 mil cirurgias no ano de 2017 no país, 5,6% a mais do que em 2016, quando 100 mil pessoas fizeram o procedimento apenas no setor privado.

Os números são crescentes ano a ano: em 2015 foram realizadas 93,5 mil cirurgias; em 2014, o número foi de 88 mil procedimentos; em 2013, 80 mil cirurgias e, em 2012, 72 mil cirurgias.

Pelo Sistema Único de Saúde, foram 3.195 procedimentos em 2008 e 10.064 em 2017. "Em 2017 muitos brasileiros deixaram de ter planos de saúde, o que levou ao aumento da procura pelo Sistema Único de Saúde, principalmente nos estados do Paraná, com 47% e São Paulo, com 20,2%", conta o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, Caetano Marchesini. No Ceará, o aumento foi de 12,3%.

População elegível

Nos Ceará, mais de 195 mil pessoas apresentam condições de saúde que necessitam da cirurgia para evitar problemas consequentes da obesidade, que pode levar à morte. No entanto, conforme o estudo, a menor parte dos elegíveis recebem o procedimento.

"É necessário aumentar o número de procedimentos, que em média hoje atende a 2% dos elegíveis. Outro ponto é melhorar a assistência como um todo. Hoje, 50% das crianças brasileiras estão com sobrepeso. A obesidade vai crescer no futuro" -- Caetano Marchesini (SBCBM).
O que é e quem pode fazer a cirurgia bariátrica

Hoje, a cirurgia bariátrica reúne um conjunto de técnicas destinadas ao tratamento da obesidade.

Pode-se reduzir o estômago ou fazer um desvio intestinal. A cirurgia mais comum reúne as duas técnicas.

Na redução do estômago, o órgão diminui a capacidade de receber o alimento. No desvio do intestino, há menor absorção dos alimentos.

A cirurgia é indicada para aqueles com IMC de 35kg/m² e doenças associadas ou IMC acima de 40 kg/m².

Mais recentemente, pessoas com IMC acima de 30 kg/m² e diabetes tipo 2 podem realizar o procedimento no Brasil.

Estudo da Universidade de Brasília e do Ministério da Saúde mostrou que no Brasil são gastos anualmente R$ 500 milhões no SUS com o tratamento de doenças associadas à obesidade. O aumento na realização de cirurgias ajudaria a diminuir gastos com essas doenças, diz a Sociedade de Cirurgia Bariátrica.

A obesidade hoje atinge 18,9% dos brasileiros, segundo pesquisa Vigitel (Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), realizada pelo Ministério da Saúde.


Por G1 CE

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