segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Facções criminosas expulsam mais de 500 pessoas de moradias populares no Ceará


A realidade de famílias que foram expulsas de suas residências por integrantes de facções criminosas no Ceará é retratada em reportagens publicadas na Folha de S. Paulo e no Diário do Nordeste nesta segunda-feira (20).

Segundo levantamento da Defensoria Pública do Estado, desde junho de 2017 um total de 133 famílias procuraram o órgão relatando a expulsão de suas casas por facções criminosas que dominam principalmente a zona periférica de Fortaleza.

“Os chamamos de refugiados urbanos, pessoas que perdem suas casas e hoje moram longe de onde sempre viveram ou do conjunto para qual mudaram por meio de programas sociais”, diz a defensora pública geral, Mariana Lobo.

O número de pessoas atendidas é multiplicado por quatro, média de uma família comum, o que significaria mais de 500 expulsos. A defensora calcula, porém, que é um número subestimado, já que muitos têm medo de denunciar.

Quem são as famílias expulsas?

O perfil dos expulsos é quase sempre o mesmo: líderes comunitários, que podem estar atrapalhando a tomada de poder local, ou pessoas que, na visão dos traficantes, possam ter ligação com moradores de bairros dominados por facções inimigas e, por isso, poderiam ser informantes.

“Eu morava a 15 minutos do meu trabalho. Hoje tive que mudar para o interior e demoro mais de duas horas para estar no serviço”, contou Ana, expulsa de casa, segundo ela, por adolescentes que viu nascer. Sua casa não foi ocupada, como a de João, e alguns de seus familiares continuam morando por lá.


Fonte: Ceará News 7

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