Irregularidades no circuito elétrico do Colégio Santa Maria
foram determinantes para a morte do aluno Iago Aguiar Mendes, 16, após sofrer
descarga elétrica enquanto carregava o seu smartphone no computador da escola,
em Tianguá, a 318Km de Fortaleza, na Serra da Ibiapaba. A afirmação é de
Fernando Viana Queiroz, técnico da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce).
Iago Mendes estava assistindo à aula no laboratório de
informática, quando atendeu uma chamada telefônica no celular e sofreu duas
descargas elétricas. O aparelho estava carregando no computador durante o
ocorrido. O segundo choque durou 18 segundos. Ele foi encaminhado ao hospital
de Tianguá, mas não resistiu e faleceu. O caso ocorreu no dia 7 de junho. O
laudo pericial, no entanto, saiu apenas na última segunda-feira (20).
O laudo identificou diversos danos no smartphone de Iago, que
causaram falhas de isolamento no aparelho, e várias irregularidades no circuito
elétrico do laboratório - que vão desde fiação exposta à mesa metálica sem
isolamento elétrico.
Os peritos concluíram que "o local onde ocorreu o
sinistro (laboratório de informática) apresentava a instalação elétrica com
alguns componentes em desacordo com o que recomenda a norma NBR 5410/04 e não
possuía DR", um interruptor automático, obrigatório por Lei, que desliga o
circuito elétrico em caso de sobrecarga ou fuga de corrente na instalação. O DR
teria interrompido qualquer curto, informa Queiroz. O perito assegura que o
cabo USB utilizado para conectar o celular ao computador não foi o responsável
pela morte do jovem, já que fornece 5 Volts em média, insuficiente para causar
dano à pessoa.
Homicídio culposo
O diretor do Departamento de Polícia do Interior Norte,
Marcos Aurélio Elias de França, disse que a morte de Iago Mendes é
caracterizada como um homicídio culposo - quando a morte ocorre em razões de
negligência, imprudência ou imperícia - já que as irregularidades no circuito
elétrico do Colégio Santa Maria foram determinantes para o ocorrido.
"A escola é responsável pelo mau serviço da empresa que
instalou a parte elétrica no laboratório, logo ela e outras pessoas podem ser
responsabilizadas no fim do inquérito", ressaltou. Ele acrescentou que
pode pedir a interdição do colégio.
Fonte: Diário do Nordeste
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