terça-feira, 21 de agosto de 2018

Falha no circuito da escola causou morte de estudante enquanto usava celular


Irregularidades no circuito elétrico do Colégio Santa Maria foram determinantes para a morte do aluno Iago Aguiar Mendes, 16, após sofrer descarga elétrica enquanto carregava o seu smartphone no computador da escola, em Tianguá, a 318Km de Fortaleza, na Serra da Ibiapaba. A afirmação é de Fernando Viana Queiroz, técnico da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce).

Iago Mendes estava assistindo à aula no laboratório de informática, quando atendeu uma chamada telefônica no celular e sofreu duas descargas elétricas. O aparelho estava carregando no computador durante o ocorrido. O segundo choque durou 18 segundos. Ele foi encaminhado ao hospital de Tianguá, mas não resistiu e faleceu. O caso ocorreu no dia 7 de junho. O laudo pericial, no entanto, saiu apenas na última segunda-feira (20).

O laudo identificou diversos danos no smartphone de Iago, que causaram falhas de isolamento no aparelho, e várias irregularidades no circuito elétrico do laboratório - que vão desde fiação exposta à mesa metálica sem isolamento elétrico.

Os peritos concluíram que "o local onde ocorreu o sinistro (laboratório de informática) apresentava a instalação elétrica com alguns componentes em desacordo com o que recomenda a norma NBR 5410/04 e não possuía DR", um interruptor automático, obrigatório por Lei, que desliga o circuito elétrico em caso de sobrecarga ou fuga de corrente na instalação. O DR teria interrompido qualquer curto, informa Queiroz. O perito assegura que o cabo USB utilizado para conectar o celular ao computador não foi o responsável pela morte do jovem, já que fornece 5 Volts em média, insuficiente para causar dano à pessoa.

Homicídio culposo

O diretor do Departamento de Polícia do Interior Norte, Marcos Aurélio Elias de França, disse que a morte de Iago Mendes é caracterizada como um homicídio culposo - quando a morte ocorre em razões de negligência, imprudência ou imperícia - já que as irregularidades no circuito elétrico do Colégio Santa Maria foram determinantes para o ocorrido.

"A escola é responsável pelo mau serviço da empresa que instalou a parte elétrica no laboratório, logo ela e outras pessoas podem ser responsabilizadas no fim do inquérito", ressaltou. Ele acrescentou que pode pedir a interdição do colégio.

Fonte: Diário do Nordeste

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