Acompanhando a queda dos homicídios no Estado em 2018 - quando comparado ao ano passado - as estatísticas de roubos e furtos de veículos apresentam redução. Conforme levantamento da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), entre janeiro e julho do ano corrente, o decréscimo foi de 11,2% para roubos e 13,1% para o segundo índice. Somando as duas estatísticas, a redução de um ano para o outro foi de 11,7%.
Ao total, a Secretaria contabilizou 8.081 ocorrências de roubo ou furto de veículos, no Estado, nos sete primeiros meses deste ano. Isto significa que cerca de 38 veículos foram alvos desses crimes, por dia, número que ainda preocupa o cearense. Foram 5.738 veículos roubados e 2.343, furtados.
Em igual período de 2017, eram 6.464 registros de roubos e 2.697 de furtos, o que totaliza 9.161 ocorrências. A média diária de cometimento dos crimes era de aproximadamente 43.
Localização
Com a baixa dos números de roubos e furtos, também diminuiu a quantidade de carros e motocicletas recuperados pela Polícia. Os números repassados pela SSPDS compreendem apenas de janeiro a junho.
Neste período do ano passado, 6.975 veículos alvos de crimes foram localizados pelas Forças de Segurança. No primeiro semestre do ano corrente, o índice caiu para 5.939. No comparativo entre os dois períodos, a redução foi de 14,8%. Ou seja, a recuperação dos veículos caiu mais que os roubos e furtos desses bens.
Para o titular da Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos e Cargas (DRFVC), da Polícia Civil, Adriano Felix, a subtração de veículos e de suas peças, por criminosos, tem diversas motivações, além da tentativa de lucro com a revenda ilegal.
"Com a guerra de facções, eles também roubam qualquer veículo para ir matar alguém e despistar na fuga. Eles cometem o crime e abandonam o carro. É importante prestar Boletim de Ocorrência (B.O.) para buscarmos investigar essas ações", destacou o delegado.
Tecnologia
Adriano Felix afirmou que a queda dos índices criminosos está relacionada à expansão do Sistema Policial de Indicativo de Abordagem (Spia). Aliada à investigação da Especializada, a ferramenta tecnológica fez com que criminosos passassem a repensar o ato de tomar para si um veículo alheio ou suas partes, segundo o delegado.
"O Spia ajudou muito. Eles têm medo de serem encontrados pelas câmeras. O que a gente sempre diz é que muitos criminosos procuram uma vítima que ´esteja dando sopa´. Por exemplo, alguém que, ao sair de casa, demore muito para entrar no carro", alertou Felix.
Em abril deste ano, a SSPDS, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Secretaria da Segurança e da Defesa Social da Paraíba (SEDS-PB) integraram suas bases de dados, com o intuito de combater a criminalidade a partir principalmente de abordagens a veículos suspeitos ou envolvidos em delitos.
Nos últimos fins de semana de julho, a Pasta cearense computou uma média de 28 veículos localizados. Em entrevista recente, o titular da SSPDS, André Costa, destacou que a Inteligência parte do pressuposto de que quase todos os crimes - homicídios, assaltos e tráfico de drogas - são praticados por pessoas que se movimentam em cima de duas ou quatro rodas.
"Quase a totalidade dos crimes é praticada com o uso de motocicletas, carros, caminhões. Então partindo desse princípio, a gente investiu em tecnologia. São algoritmos que identificam isso. Nós ampliamos esse trabalho para mais 42 cidades do Estado, então está cada vez mais difícil o bandido se locomover de carro ou de moto sem que a Polícia tenha conhecimento", enfatizou.
Fonte: Diário do Nordeste
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